quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Brasil otimista

Pesquisas apontam que os brasileiros, além de satisfeitos com o presidente Lula, estão otimistas com a eleita Dilma Rouseff, que será a primeira mulher a comandar o país e cuja posse acontecerá na próxima sexta-feira, 1º de janeiro de 2011.

O levantamento, realizado pela CNT/Sensus, aponta que 87% dos entrevistados aprovam o desempenho pessoal de Lula, um recorde. Em setembro, esse índice era de 80,7%. O Instituto Sensus ouviu 2 mil pessoas, em 136 municípios, entre os dias 23 e 27 de dezembro.

O governo Lula, por sua vez, foi avaliado positivamente por 83,4% dos entrevistados. Esse índice também é recorde, já que na última pesquisa encomendada pela Confederação Nacional dos Transportes (CNT) e divulgada em setembro, o governo tinha a aprovação de 79,4%.

A satisfação dos entrevistados também se reflete na avaliação do desenvolvimento econômico do País. Para 63,9% dos entrevistados, a economia se desenvolveu muito nos últimos oito anos, enquanto 30,4% acham que se desenvolveu pouco.

Do ponto de vista social, 57,8% acham que o Brasil se desenvolveu muito nos últimos oito anos, enquanto 35,6% acham que desenvolveu um pouco. A área social foi uma das principais vitrines do governo Lula, em virtude dos elevados investimentos no programa Bolsa Família, que beneficiou mais de 12 milhões de famílias.
A missão de Dilma não será simples. Ser a sucessora de alguém tão popular traz a cobrança popular para que ela esteja, no mínimo, à altura de Lula. Não será fácil lidar com as comparações. A presidente eleita, no entanto, conta com o otimismo do povo. Segundo pesquisas, também do CNT/Sensus, 69,2% dos entrevistados creem que ela fará um bom governo e 17,6% que terá um desempenho regular.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Dever cívico

Por quatro meses os brasileiros demonstraram um enorme interesse pela política do país. Acompanharam e discutiram no dia a dia os problemas mais importantes apresentados por todos os candidatos:  à presidência da república, governadores, senadores e deputados estaduais e federais, que demonstraram em seus discursos propostas que, se fossem realmente colocadas em práticas, resolveriam todos os problemas do Brasil.

Mas passadas as eleições, o povo infelizmente cria uma barreira anti-politica. Muitos, após alguns meses, nem ao menos se lembram em quais candidatos votaram. Os vários projetos apresentados durante a campanha sequer saem do papel. E tudo isso se deve ao fato dos eleitores não exercerem seu dever democrático, que é cobrar e fiscalizar as ações dos políticos por eles eleitos. 

Nesses últimos anos, alguns projetos importantes deixaram de ser votados por falta de interesse de deputados e senadores - que nós elegemos. Porém, vários projetos que vão de encontro com os direitos já conquistados pelos trabalhadores, só não foram aprovados porque o presidente Lula vetou.

Um exemplo claro disso é a Emenda 3, tirada do projeto da Super Receita. A finalidade dessa emenda é burlar os direitos trabalhistas, transformando o trabalhador de carteira assinada em empresa ou pessoa jurídica. Ele deixa de ser empregado e passa a ser um prestador de serviços, mas continua cumprindo horários, recebendo ordens e exercendo as mesmas atividades de antes, nas dependências do contratante. Quem presta serviços nessas circunstâncias, em atividade não eventual, é considerado empregado, segundo o artigo 3º da CLT.

A conseqüência da mudança de status de pessoa física e empregado para pessoa jurídica e prestador de serviços é que o ex-empregado não terá mais direitos trabalhistas, como férias, 13º, FGTS, multa por ocasião da demissão; nem previdenciários, como aposentadoria, auxílio-doença, auxílio-reclusão e licença-maternidade, entre outros, exceto, no caso da Previdência, se continuar segurado do INSS e pagar 20% sobre o mesmo valor que, como empregado, pagava de 8% a 11%.

A empresa contratante, por sua vez, além de poder contar com a prestação de serviços ininterruptos pelos 12 meses do ano (empresa não tira férias), ainda fica livre do pagamento para o INSS de 20% sobre a folha, a título de contribuição previdenciária. Não terá que pagar 13, nem 30 dias férias, acrescidas de um terço; não pagará contribuição para o Sistema “S” sobre esse prestador de serviço; não terá que pagar 8% de FGTS; não terá que pagar aviso prévio proporcional nem tampouco pagar a indenização de 40% sobre o montante do FGTS.

As eleições acontecem de tempos em tempos, mas política está no dia a dia de nossas vidas. Temos que praticar nosso dever cívico e democrático, cobrando e fiscalizando os candidatos eleitos. O nosso futuro está em nossas mãos e não podemos deixar os políticos mudarem isso.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Entenda a CPMF


A Contribuição Provisória sobre a Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira, a famosa CPMF, foi (e talvez volte a ser) um imposto cobrado pelo governo brasileiro. A CPMF substituiu o Imposto Provisório sobre Movimentação Financeira (IPMF), criado em 1993e extinto no fim de 1994. O IPMF tinha uma alíquota de 0,25% que incidia sobre os débitos lançados sobre as contas mantidas pelas instituições financeiras.

A CPMF vigorou de janeiro de 1997 à janeiro de 1999, quando foi substituída pela IOF (Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros) até que foi restabelecida em junho de 1999. A proposta de prorrogação da contribuição foi rejeitada pelo Senado em dezembro de 2007.

O artigo 18, da Lei nº 9.311 de outubro de 1996, estipulava que a totalidade da arrecadação da CPMF seria destinada exclusivamente ao Fundo Nacional de Saúde, diferentemente do IPMF. A partir de 1999, com a Emenda Constitucional 21, a CPMF passou a destinar parte de seus recursos à previdência social e à erradicação da pobreza. No seu fim, a previdência social e a erradicação da pobreza recebiam aproximadamente 26% e 21% da arrecadação, respectivamente.

Tributos como a CPMF e o IPMF são conhecidos como Impostos de Transações Financeiras (ITF) e existem, basicamente, sobre transações nos mercados de câmbio e em mercados de títulos. Os ITFs foram implementados em vários países, além do Brasil, desde 1936, entre eles Argentina, EUA, Reino Unido, Suécia, Colômbia, Peru e Venezuela, em sua maioria em caráter temporário, com alíquota entre 0,10% e 0,25% do valor da transação.

O principal objetivo dos ITFs era estabilizar os mercados turbulentos. Esse efeito foi demonstrado pela experiência internacional com uma variedade de sucessos. No Brasil, a CPMF também era apontada, pelo governo Lula, como uma ferramenta importante contra a sonegação de impostos. A ideia é de que a Receita Federal pode cruzar informações dos pagamentos de impostos da CPMF, realizados por bancos, com valores declarados por empresas e indivíduos. Por outro lado, críticos alegam que ITFs tendem a diminuir a quantidade de dinheiro líquido em um mercado financeiro, podendo curvar o crescimento econômico natural de um país. No Brasil, a CPMF era muito criticada pelo efeito cumulativo em cima do preço final de produtos manufaturados de alta complexidade, pois estes precisam de várias movimentações financeiras intermediárias até chegar ao produto final e o imposto era cobrado em cada etapa.

Além das criticas baseadas em teoria econômica, muitos críticos, em geral partidários de uma ideologia mais à direita, questionam a real destinação dos recursos arrecadados pela CPMF, tendo em vista a situação precária em que se encontram alguns hospitais públicos e o atendimento a pacientes, bem como a transferência dos recursos da CPMF ao financiamento de programas sociais, como o Bolsa Família. Já partidários do governo e adeptos de uma ideologia social-democrata costumam argumentar que investir no combate à desnutrição infantil e em saneamento básico, através de programas sociais, é uma forma de diminuir os problemas na área da saúde a longo prazo. Essa argumentação foi bastante defendida pelo presidente Lula durante a campanha presidencial de 2006, sem citar especificamente a CPMF.



O governo de Dilma Rouseff ainda não começou oficialmente, mas já causa desagrado aos brasileiros. Em entrevista à rádio CBN, em maio deste ano, a presidente afirmou ser contra a extinção do imposto e que os recursos que deixaram de ser arrecadados com o fim do tributo precisarão ser recompostos, mas disse ter dúvidas se é ou não necessário criar um novo tributo.

Em sua primeira coletiva como presidente, inclusive, admitiu discutir a possibilidade da volta da CPMF com os governadores eleitos. “Eu não pretendo enviar ao congresso recomposição da CPMF, mas manterei dialogo com os governadores, e há esse processo (de pressão em favor do imposto)”, disse.

Lula, por sua vez, defendeu veementemente a aprovação de um projeto de lei que restituísse a contribuição, alegando que é dessa alíquota que sai o dinheiro para investimentos na saúde. “Se souber de onde tirar dinheiro para saúde, que me diga. Tem que ter mais recursos”, disse, ao desqualificar a crítica aos opositores ao imposto (jornalistas e deputados), "porque possuem planos de saúde" e, portanto, não precisariam do atendimento público.

Dos 27 governadores eleitos, 19 foram entrevistados pelo jornal O Estado de São Paulo: 13 se mostraram favoráveis ao retorno da CPMF e seis, de oposição - dois do DEM e quatro do PSDB -, disseram ser contra a medida. Antonio Anastasia, do PSDB, eleito em MG, no entanto, apóia a iniciativa. “A saúde é uma chamada política pública de demanda infinita”, disse.

Para a senadora Marina Silva, a retomada da CPMF seria uma medida do governo para evitar a reforma tributária e que o novo tributo abre brecha para "uma artimanha fiscal". "Esse é o significado da proposta de recriação da CPMF, defendida por vários dos novos governadores e que recebeu da presidente eleita a indicação de que não oferecerá muita resistência a essa vontade", observa.

Ela argumenta que a arrecadação federal cresceu mesmo com o fim da CPMF e que não haveria razão para a volta do tributo. "A solução para a melhoria da qualidade da saúde, portanto, não se resume em arrecadar mais, mas na determinação política de destinar os recursos existentes nos orçamentos federal e estaduais para implementar um serviço que atenda às necessidades da população", conclui a senadora.

E agora, com Dilma?

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Delegado eleito deputado é condenado à prisão



“Violação de sigilo funcional e fraude processual”: são esses os crimes cometidos pelo delegado Protógenes Queiroz, segundo o Tribunal da Justiça.

A pena foi aplicada pelo juiz Ali Mazloum, acolhendo denúncia da Procuradoria da República e estendendo-se também ao escrivão Amadeu Ranieri Bellomusto. "Práticas de monitoramento clandestino mais apropriadas a um regime de exceção, que revelaram situações de ilegalidade patente". disse. “Não representa apenas uma investigação de crimes comuns previstos no Código Penal, representa precipuamente a apuração de um método, próprio de polícia secreta, empreendido sob a égide da Constituição, mas à margem das mais comezinhas regras do Estado democrático de Direito”, explicou.

Envolvido em grandes investigações, Protógenes tem casos divulgados na mídia nacional. Uma delas, e talvez a mais famosas, foi a operação Satiagraha, em 2008. Resultando nas prisões de banqueiros, diretores e investidores, foram acusados de desvio de verbas públicas, corrupção e lavagem de dinheiro.

Nas últimas eleições, concorreu ao cargo de deputado federal. Mesmo não atingindo o número de votos o candidato vai assumir o cargo através da eleição do também deputado federal Tiririca.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Um desabafo, uma revolta


Permitam-me um desabafo:

Desde que demos início ao SinergiaK, blog com objetivo único de tornar a política mais palatável aos jovens, tudo o que discutimos é isso: política.

E tenho ouvido, com grande freqüência, amigos e conhecidos reclamando veementemente da situação política brasileira atual, da falta de caráter e ética dos eleitos, da inconsciência dos eleitores, da falta de respeito com os cidadãos, do desinteresse, da ausência, do desleixo, do dinheiro roubado, desperdiçado, jogado fora.


E, no entanto, apesar de ser um bom começo - já que toda mudança se inicia com um descontentamento - sou terminantemente obrigada a fazer uma das minhas perguntas favoritas: O QUE VOCÊ VAI FAZER EM RELAÇÃO A ISSO?

Sim, porque reclamar é fácil.

O que eu faço em relação a isso? Sim, é uma pergunta pertinente. Estou, como vocês, como cega em tiroteio ou cachorro em dia de mudança, sem saber pra que lado correr. Nós, brasileiros, sabemos o que está errado - mas não sabemos o que fazer com o problema, não sabemos que atitudes tomar. Temos a mania pessimista de achar que nada que possamos fazer representará diferença ou resultado considerável.

Mas como o Brasil vai estar daqui dez anos, quando nós, universitários, estivermos formados, no mercado de trabalho, com filhos, talvez, pagando nossos próprios impostos e planos de saúde?

O QUE VAMOS FAZER EM RELAÇÃO A ISSO?

Demos o primeiro passo com o recém-nascido SinergiaK, é um fato. Obrigatoriamente, agora, leio noticias sobre política e acompanhei sem dor as campanhas presidenciais. Votei, pela primeira vez. E nunca fui parar no hospital por participar de sessões da Câmara dos Vereadores - por mais que minha gastrite atacasse.

O fato é que carecemos urgentemente de uma revolução: cartazes, fotos, vídeos, barulho: persuasão. Qualquer coisa que recrute seguidores dessa causa. Mudar o mundo, talvez. Primeiro, quem sabe, mudar o nosso mundo.

O problema é minha cabeça sozinha não pensa melhor do que todas as de vocês, pessimistas que acham que tudo está perdido, juntos.

Quero que o Sinergia ganhe força. Que, como o Thales escreveu, outras sinergias surjam e cresçam e se integrem e misturem - e façam com que todos entrem nessa onda.

Mas há um problema: o pessoal não se dá conta, por exemplo, que é a POLÍTICA que estipula que o imposto sobre os seus cigarros tenha subido em outubro de 2010. É a POLÍTICA que faz com que se que se pague tanto imposto sobre o preço da gasolina, tanto que sem ele o litro custe cerca de R$ 1,25.

É a POLÍTICA que determina quantas horas você vai ficar na fila de espera do SUS, e a qualidade da consulta, se não puder pagar um plano de saúde exorbitantemente caro. É a POLÍTICA que diz quantas horas você vai trabalhar na semana e quanto dias você vai ter de folga - e quanto você pode ganhar por isso.

É a POLÍTICA quem manda prender ou absolver quem te rouba, agride, estupra ou mata. É a POLÍTICA que decide quanto você vai pagar na cerveja, no Verdinho ou no Baiano. É a POLÍTICA que impõe à nós, brasileiros, a liberdade ou a censura, o direito ou o dever.

Por isso, não podemos deixar que a POLÍTICA aconteça sem nós.

“Mas os políticos são uns corruptos que não estão nem aí pra nada, só querem roubar nosso dinheiro e não fazem nada pelo povo”, vocês vão me dizer.

E eu respondo:

Em 1984, os brasileiros, revoltados como nós, se manifestaram pelas eleições diretas - e mudaram a história do país.

Em 1992, os brasileiros, revoltados como nós, provocaram o Impeachment do então presidente Fernando Collor - e mudaram a história do país.

E em 2010, nós, brasileiros revoltados, faremos o que?

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

E agora, Dilma?



O resultado foi anunciado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) às 20h13: Dilma Rouseff (PT) é a nova presidente do Brasil. Com 56% dos votos válidos (brancos e nulos não são computados), ela entra para a história como a primeira mulher presidente do Brasil.

A candidata eleita contou com a participação do atual Presidente, Lula, em sua campanha e as pesquisas já apontavam sua vantagem sobre o adversário, José Serra (PSDB), que, no segundo turno, contou com 44% dos votos válidos.

No segundo turno, no entanto, a abstenção de votos foi maior: 21,47% dos eleitores deixaram de votar, maior índice registrado desde 1989, quando o Brasil voltou a eleger seu governante de forma direta, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Em seu primeiro discurso como presidente, Dilma reforçou as promessas que fez durante a campanha e mais: “Registro aqui outro compromisso com meu país. Valorizar a democracia em toda sua dimensão, desde o direito de opinião e expressão até os direitos essenciais, básicos, da alimentação, do emprego, da renda, da moradia digna e da paz social.”
 

 
A equipe SinergiaK parabeniza Dilma Rouseff pela vitória e deseja que ela cumpra seu mandato da melhor maneira possível, visando sempre o bem do povo e o cumprimento de seus deveres presidenciais e de seus subordinados.

E torce para que ela e seu vice cumpram, principalmente, a promessa feita em seu primeiro discurso como eleita: “trataremos sempre com transparência nossas metas, nossos resultados, nossas dificuldades.

É isso que esperamos: metas, trabalho, resultados e - sim - transparência, decência e honestidade.

Boa sorte.

Desafios do novo governo



Após vários meses de disputa eleitoral, neste domingo, 31 de outubro, a petista Dilma Rouseff se tornou a primeira mulher presidente do Brasil. Com 56% dos votos, Dilma derrotou o tucano José Serra no segundo turno que ficou com 44% dos votos.

Apadrinhada pelo presidente Lula, que foi o grande responsável pala sua vitória nessas eleições, ela terá grandes desafios para comandar o país.

Dilma terá que lidar com grupos diferenciados da sociedade. A oposição, apesar de derrotada, saiu muito forte nessas eleições, pois Serra teve a expressiva votação de mais de 43 milhões de votos. Outro fato com que terá que lidar, é conquistar os 21% do eleitorado que, por protesto ou por falta de opção, se absteve nessa eleição.

Sem a mesma experiência política do presidente Lula, Dilma terá que mostrar se realmente está preparada para lidar com os mais diversos políticos do país. Montar seu ministério já é um grande desafio. Coligada com nove partidos políticos (PMDB -PCdoB - PDT - PRB - PR - PSB - PSC - PTC - PTN), mais o PP, que declarou apoio no segundo turno, a presidente terá que acomodar toda esta gente em seu governo.

Isso sem falar do PT, que é seu partido.

Dilma irá governar com a maioria do Congresso: 352 Deputados Federais e 53 Senadores, o suficiente para aprovar leis, medidas provisórias e fazer mudanças na Constituição. Mas nem tudo é fácil, pois vários projetos vão de encontro com os interesses das várias bancadas políticas formadas, mesmo que da base aliada.

De certa forma, a presidente vai ter que trabalhar muito para realizar as várias promessas de campanha em que ela se comprometeu para toda uma nação. Isso sem falar dos vários projetos engavetados que outrora fora promessas de campanha do Lula. Projetos como a reforma política, previdenciária e a tão esperada reforma tributária, estão esperando para serem votadas, só falta coragem e boa vontade.

Num país democrático, mas, de certa forma preconceituoso, Dilma ainda tem que provar para a sociedade a grande capacidade de liderança que tem as mulheres. Se tornando a primeira mulher presidente do Brasil, ela quebra um paradigma que há tempos predomina na política brasileira: o “machismo”.

Além de todos esses fatores, Dilma ainda vai ter que governar tendo à sombra, um presidente que está saindo com o maior índice de popularidade que qualquer governante já teve.

As comparações serão inevitáveis. A pergunta que fica é: será que Dilma conseguirá governar com toda essa pressão? O povo espera que sim.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

POLITIZE-SE em 5 passos


Visando o conceito – que guia o este blog desde o princípio – de que a população deve se interessar por política sim e, principalmente, participar dela, lançamos a série ‘Politize-se em 5 passos’, na qual cada integrante do blog dará 5 dicas práticas para melhorar seu caminho rumo ao exercício máximo da cidadania.

As eleições terminaram, mas lembrem-se que política se faz no dia a dia – todos os dias – e não devemos nunca nos esquecer da importância da nossa atitude, que pode sim fazer grandes diferenças. Não devemos, nunca, abrir mão do nosso direito incontestável de opinar, votar e cobrar.

Abaixo, as primeiras 5 dicas:

1 – Acesse o site Voto Consciente – A ONG Voto Consciente surgiu em 1987 com o objetivo claro e simples de fortalecer a democracia e levar informações aos eleitores para que pudessem selecionar melhor seus representantes e, após as eleições, participar das políticas publicas com ações de controle social (mesmo objetivo do blog SinergiaK). Aproveite e descubra se sua cidade tem um núcleo do Voto Consciente - eles fiscalizam, principalmente, a Câmara Municipal e o trabalho dos vereadores que, por sua vez, devem fiscalizar o trabalho (e as contas) do Poder Executivo. Através do trabalho da ONG, que participa de todas as sessões da Câmara da cidade por ela fiscalizada, é possível saber quais projetos foram votados e aprovados, que vereador votou a favor ou contra, etc.

2 - Descubra os dias e os horários das sessões ordinárias da Câmara Municipal da sua cidade - E participe. Normalmente, são três vezes ao mês e não são sessões demoradas. Nelas, os vereadores votam projetos de leis, apresentam propostas, discutem verbas e planejamento, cobram providências e expõe necessidades. É de absoluto interesse público. Muitas vezes, principalmente em cidades pequenas, situação e oposição fazem um jogo de interesses. Às vezes, os vereadores da situação votam contra um projeto interessante, por ter surgido da oposição - e vice-versa - e a presença da população faz uma enorme diferença, porque impõe medo - de perder nas próximas eleições, por exemplo. Vá, participe, procure entender. Não é tão chato quanto parece e é infinitamente mais importante do que imaginamos.

3 – Cadastre-se no site Cidade Democrática – O site é o próprio Twitter da política: você segue o que for de seu interesse, a partir de tags (que podem ser sua cidade, as vizinhas, o estado... Ou temas: segurança, educação, saúde...), sugere propostas e aponta problemas, além de fazer comentários e se tornar amigo de pessoas com as mesmas visões – e, o melhor: sem o limite de 140 caracteres. Você pode se cadastrar como cidadão, ONG ou pessoa pública. Não há limites de propostas/problemas e você recebe e-mails com o resumo do seu observatório (tags que você escolheu ‘seguir’) para que não perca nada. Através desde site, é possível ter boas ideias, mobilizar e conhecer mais pessoas politizadas. Porém, sua maior vantagem é ser um meio fácil de mostrar para as autoridades o que a população necessita ou deseja.


4 - Leia - sim, o caderno de política, o jornal da sua cidade, grandes sites, artigos, o SinergiaK, os tweets dos políticos e das empresas de comunicação. Procure antenar-se sobre o que vem sendo discutido, quais investimentos foram ou vão ser feitos, notar onde estão os maiores problemas. Tente ouvir pessoas, vizinhos - é assim que surgem as boas idéias - e fique por dentro. O que quer que seja decidido - pelo(a) presidente, senadores, deputados, vereadores, governadores ou prefeitos - vai acabar atingindo você e é importante que você fique atento. Saber é poder e só a informação lhe dará armas para lutar!

5 – Pense global, aja local – Se o Brasil está com problemas, por exemplo, de poluição – muitos carros, lixo - congestionamento, zoonoses,... Por que não seguir a filosofia SWU (Começa com você!) e mobilizar vizinhos para que todos eles reutilizem matérias que podem ser reciclados, oferecer carona para o trabalho ou faculdade (e garantir um carro a menos nas ruas), adotar um vira-lata e vaciná-lo? Cada atitude nossa, qualquer uma, que influencie a sociedade pode ser considerada política – e cada uma delas faz, no final, uma enorme diferença, mesmo que elas aconteçam apenas na nossa própria rua ou quarteirão. Qualquer coisa que ajude a cidade a oferecer uma qualidade de vida melhor para seus moradores é válida.

Politize-se!

Mais do mesmo


O dia 31 de outubro de 2010 entrou para os anais do Brasil. Pela primeira vez uma mulher é eleita presidente do Brasil, um marco que acompanha outros países como a Alemanha, Argentina e Chile.

Dilma Roussef, no entanto, tem uma difícil tarefa pela frente - fazer o que homens como José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Fernando Henrique Cardoso e Luís Inácio Lula da Silva não fizeram: uma revolução de valores na qual se invista pesado em educação, saúde, em eliminar a fome e fazer a reforma agrária.

Só tem um problema: tanto na campanha da eleita quanto na de José Serra, a grande preocupação foi se mostrarem católicos (poderiam até serem canonizados) e atacarem um ao outro, fazendo um julgamento de quem era honesto e quem tinha capacidade de governar o país (aliás, Serra sempre ataca as pessoas ele não o que é um debate ou uma propaganda política. Explico para ele então que é um espaço dado aos candidatos para que apresentem seu plano de governo.)A candidata petista, por sua vez, ficou o primeiro turno inteiro indo a debates e não debatendo, pois não respondia nenhuma pergunta, apenas fazia propaganda do que o PT fez e do que ele teoricamente fará.

Nas próximas eleições seria interessante se tivermos debates de idéias e, melhor, que cada candidato efetivamente demonstre seus planos de governos, pois só assim se faz uma nação: com debates e não briguinhas.

Começa hoje, para todos nós, o papel do eleitor, do cidadão, de não deixar a guerra começar nesse próximos quatro longos anos.

Campanha


Campanha da ONG Voto Consciente, que tem o mesmo objetivo do SinergiaK : politizar o povo e fortalecer a democracia.

A gente não sabemos escolher presidente

Quando Roger Moreira, vocalista do grupo Ultraje a Rigor, escreveu a música Inútil na década de 1980, parecia até que ele estava vivendo nos dias de hoje. Inútil era um grito de repúdio e crítica ao sistema político da época. Com a frase: “A gente não sabemos escolher presidente”, a música se encaixa certinho nos dias atuais. O povo não consegue analisar propostas e nem avaliar o que o país precisa num contexto geral para se viver melhor.

Esta eleição certamente ficará marcada por ter sido umas das campanhas que mais sofreu influência de diversos setores da sociedade. A mídia, ou uma boa parte dela, que deveria ser imparcial, claramente escolheu seus candidatos. Exemplo, a revista Veja defendeu a campanha do Serra e a revista Isto É se posicionou do lado de Dilma. As igrejas que em todas as eleições se mostravam neutras, nessa confundiram ainda mais a cabeça dos eleitores. Tanto as doutrinas católicas quanto as evangélicas se envolveram nessa campanha defendendo temas que são verdadeiros tabus na sociedade.

A liberação do aborto e a liberação do casamento homossexual são temas polêmicos a serem discutidos. São temas que toda a sociedade deverá debater, mas que não podem ser predominantes em uma campanha política. A educação, saúde, segurança, trabalho, problemas sociais como distribuição de rendas saneamento básicos etc., são alguns temas que deveriam ser prioridades nos planos de governo dos candidatos, mas que perdem espaço para os boatos e trocas de insultos entre os presidenciáveis.

O povo, perdido em meio a este tiroteio, influenciados por mídias, padres e pastores, votam nas imagens que lhe são passadas. Por estes e vários outro fatores, "a gente não sabemos escolher presidentes."

sábado, 30 de outubro de 2010

Altos e Baixos



Muitos já disseram em blogs, colunas, crônicas - e agora o SinergiaK reforça: nunca, na história desse país, houve uma eleição tão baixa quanto de 2010, entre Serra e Dilma.

Com um pouco de ajuda da grande mídia, a baixaria praticamente se tornou um circo de ofensas, ataques físicos contra candidatos, factóides, dossiês e tudo acabou desvirtuando nossa atenção do foco principal: as propostas políticas e os planos de governo em si.

Estamos certo de que não era esse debate que esperávamos e que faltou muita coisa que provavelmente veremos somente nos próximos anos. Podemos apenas desejar que, nesse domingo, o voto de cada um seja consciente e que, independente de quem seja o escolhido, que ao menos faça o melhor possível para governar esse país.

Termino dizendo que a única que ganhou foi a democracia. A democracia de poder escolher livremente e votar tranqüilamente. Talvez esse seja o melhor exemplo e sem dúvida o melhor de tudo que vimos.

Nós merecemos isso.

Quem tem medo da privatização



Só de falar, gera raiva em grande parte dos brasileiros começa uma acalorada discussão. Aqui mesmo, entre os integrantes do SinergiaK, existem opiniões adversas sobre o assunto. Posso dizer que esse seja um grande tabu nos meios políticos e na forma como é expresso. Quem faz é sempre hostilizado e quem é contra é sempre o esquerdista. Talvez o que ninguém enxerga, por pura estupidez, é o que está por traz de cada ideologia política e o que pode ser usado como uma estratégia de crescimento nacional. Nessa eleição, por exemplo, vimos que o tema sempre é tratado de maneira distorcida e com muita cautela. Através de ponderações erradas ou uso exaustivo da desinformação, a verdade é que o brasileiro não se aprofunda no debate.

Se o estado fica mais eficiente é difícil afirmar, porém é importante ressaltar que tanto as privatizações feitas por FHC quanto o estadismo de Lula foram fundamentais dentro de sua ética e período histórico.

Vamos destacar o que aconteceu nesses últimos vinte anos.Vale, Embraer e CSN, são exemplos de ex-estatais que deram certo. Engraçado ninguém comentar que Ozires Silva, fundador da Embraer, foi um dos percussores de sua privatização. Os lucros das três gigantes e de seus respectivos setores trazem grandes divisas para o país. Precisamos ponderar também que ainda elas são empresas de capital brasileiro, pois mais da metade das ações pertencem a investidores brasileiros. Foi um acerto de gestão e elas estão bem dentro de suas categorias.

Por outro lado, sem empresas estatais estaríamos numa situação contraditória.Por exemplo: se não fossem os bancos estatais (Banco do Brasil, Caixa Econômica e BNDES) na crise de 2008/2009 colocarem crédito no mercado a juros subsidiados, provavelmente os bancos privados não se sentiriam estimulados a também colocar dinheiro e, com certeza, encontraríamos um cenário diferente do que passamos. Assim como os estímulos para financiamentos de veículos e para casa própria. A verdade é que os bancos públicos funcionam como um verdadeiro antídoto contra o modelo econômico adotado por algumas empresas privadas.

Então chegamos numa faca de dois gumes: o que precisa discutir é onde o estado se faz necessário estrategicamente e onde pode deixar de estar. Acredito que, por uma questão de filosofia, é possível melhorar a eficiência das estatais e privatizar outras que estejam apenas consumindo dinheiro público sem um verdadeiro retorno para a sociedade.

Para quem é nacionalista, é difícil ver uma empresa símbolo satisfazendo apenas um seleto grupo de investidores. Não é errado pensar assim, porém por trás de toda privatização existe um erro de registro histórico e de um esclarecimento maior sobre o assunto. E se aproveitam disso para fazer demagogia em excesso assim como o inverso.

Privatizar não é problema desde que seja feita de maneira transparente e não coloque nossa soberania em mãos de empresas privadas.

Não estamos defendo nem criticando as privatizações em si. Estamos propondo um debate melhor sobre o assunto e como seremos beneficiados, ou não, com essa política. Já está claro que falta muito para nosso empresariado ter alguma iniciativa empreendedora e para nossa que nossa política se torne eficiente e sincera.

Mas uma coisa é certa: debater nunca é demais.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

A bruxa está solta!

Faleceu aos 79 anos, na última terça-feira, 26 de outubro, o senador de SP Romeu Tuma, em decorrência de falência múltipla dos órgãos. No dia seguinte foi a vez do ex-presidente da Argentina e marido da atual, Nestor Kirchner, vítima de um ataque cardíaco.

Se nessa eleição se ouviu falar muito na chamada “maldição” dos deputados federais mais votados, que morreriam depois de certo tempo, como aconteceu com Clodovil Hernandes e Enéas Carneiro, o fato é que a morte veio buscar, mas não Tiririca como previa a profecia apocalíptica da Câmara dos Deputados.

Há boatos, ainda, de que a candidata Dilma Roussef do PT morreria antes de cumprir os quatro anos de presidente (por causa do câncer que ele teve antes da eleição, falam simplesmente que não tem cura), caso eleita.

Não é um filme de terror, mas a morte está solta.

Vivos

Plínio de Arruda Sampaio, do PSOL, tem exatamente 60 anos de vida política, a mesma idade que tinha Kirchner. Olha que Plínio é um grande candidato a entrar na lista da morte, pois está com 80 primaveras e vem assistindo de camarote a esse filme, essa perseguição da morte aos políticos. No mínimo ele deve estar fazendo uma piadinha “Pô, a mídia esquecer de mim tudo bem... Mas a morte?”

Outro que também dribla a morte é o vice-presidente José Alencar, o homem que de vez em quando tira uns tumores e faz quimioterapia.

Queremos saber seu palpite: qual será a próxima vítima?

terça-feira, 26 de outubro de 2010

OSPB e EMC




Em 1962, pouco antes do regime militar, colégios brasileiros sofreram alterações em suas grades curriculares e os estudantes que cursavam a 4ª série do ginásio, que hoje corresponderia ao 9º ano (8ª série), passaram a ter aulas de Organização Política e Social do Brasil (OSPB). A disciplina, proposta pelo Conselho Federal de Educação (CFE) e idealizada pelo educador Anísio Teixeira, visava superar uma falha na educação, que não atentava aos valores cívicos nem preparava os jovens para exercerem suas obrigações como cidadãos, e suprir as exigências da Lei de Diretrizes e Bases para a Educação (LDB), de 1961, segundo a qual os alunos deveriam ter, além das disciplinas convencionais, as obrigatórias complementares (OSPB, línguas estrangeiras, desenho) e as optativas (música, artes industriais, técnicas comerciais, técnicas agrícolas).

Depois, já durante a ditadura, foi instituída a disciplina Educação Moral e Cívica (EMC). A matéria, obrigatória a partir de 1969 em todos os sistemas de ensino do país para alunos da 2ª série do ginásio (6ª série ou 7º ano atuais), visava doutrinar ideologicamente as crianças de acordo com os interesses dos ditadores, que disfarçavam essa intenção utilizando o mesmo discurso de OSPB a respeito da necessidade de se fortalecer a unidade nacional e o sentimento patriótico. “Era uma forma dos governos militares doutrinarem e ensinarem história política, mais ou menos como os governos nazista e fascista faziam na Alemanha de Hitler e na Itália de Mussolini, sem esquecer a Espanha de Franco...”, conta Renato Violardi, 40, administrador de empresas e vice-presidente do diretório do PSB em Cabreúva.

O ensino do exercício cívico e patriótico dos militares não se limitava às salas de aula: todos os artifícios eram válidos para influenciar os brasileiros, jovens ou não. Na imprensa escrita e falada, por exemplo, eram disseminadas propagandas que enalteciam a potência industrial do Brasil e alertavam a população quanto ao seu dever de contribuir com o desenvolvimento da nação – a Rede Globo, por exemplo, exibia nas manhãs de domingo o programa do ex-militar Amaral Neto, que mostrava as belezas do Brasil, como o rio Amazonas, exalando patriotismo. Essa contribuição abrangia desde participar de desfiles e cumprir as determinações do governo até denunciar pessoas envolvidas em atividades questionáveis e respeitar as autoridades militares. Nas escolas, era obrigatório o hasteamento da bandeira do Brasil às segundas-feiras e seu arriamento às sextas-feiras, no pátio, onde o hino era entoado. Hastear a bandeira era considerado uma honra e só os melhores alunos tinham esse privilégio.

No entanto, apesar da doutrina ditatorial imposta através de OSPB e EMC, as aulas contribuíram com a conscientização e politização dos brasileiros, despertando neles o interesse em participar da vida pública. “Tive essas aulas e, acredite, ajudou muitas pessoas a se politizarem. Para o bem ou para o mal, mas ajudou”, conta Renato.

O Brasil, depois de tanto lutar pelo fim da ditadura e pela redemocratização, sofre de um mal estranhamente contraditório: o desinteresse político. Em relação a 2006 houve uma queda de 7% entre os eleitores de 16 e 17 anos, que não são constitucionalmente obrigados a votar. Muitos não querem tirar seus títulos de eleitor e afirmam não gostar de política. Talvez a solução para esse problema, que faz com que maus políticos sejam eleitos, seja adaptar o estudo das ciências políticas da grade de 1969 para os dias atuais e retirar dessas aulas a parcialidade.

“Acredito que o estudo político, tenha o nome que tiver, deveria fazer parte do aprendizado do que é ser cidadão. Quando não se investe em conhecimento e educação, criamos uma ditadura que domina a informação e a formação intelectual. Sem conhecimento e formação de opiniões, cerceamos a formação da dúvida, que é o grande trunfo da democracia.”, explica Renato. “No entanto, dependendo de quem está no poder, o ensino será sempre diferente. O governo atual, por exemplo, satanizaria a política anterior e evidenciaria a política atual. O ensino político exige seriedade, mas quem está no poder sempre se beneficiaria”, lamenta.

O Senador Acir Gurgacz (PDT-RO) defendeu no Plenário, em meados de 2010, a volta de OSPB às grades curriculares: “eles estão mais preparados para atuar dentro de nossa sociedade organizada e mais aptos a interceder na coletividade com uma postura mais crítica e consciente”, disse, referindo-se aos alunos do Colégio Diocesano Seridoense, localizado no Rio Grande do Norte, que ainda têm aulas de OSPB e EMC.

Felipe Neto, jovem famoso por seus vídeos satíricos e críticos, opina em uma das suas filmagens, sobre políticos, da série Não Faz Sentido: “Se você tivesse matérias na escola que incentivassem a realmente pesquisar sobre o assunto, talvez tivessem muitos jovens por aí defendendo valores, fazendo revoltas”. Ele diz, inclusive, que os cidadãos só se tornaram completamente alheios à política porque, durante anos, foram condicionados a isso.

“Somente a educação muda o Brasil”, sentencia Felipe. “Então larga o Ipod por quinze minutos do seu dia e vai estudar um pouco, vai buscar saber o que é a Constituição Brasileira, o que é democracia... E quem sabe se a gente criar uma conscientização de revolta geral a gente talvez consiga mudar isso daqui a uma ou duas gerações”, recomenda enfaticamente, cobrindo seus espectadores de palavrões.

É claro que, para essas aulas voltarem às grades curriculares, seria absolutamente necessário reformulá-las, reformatá-las, de maneira que não se prendessem às ideologias dos que estiverem no poder e, no entanto, educassem, pois sua verdadeira missão, no nosso regime democrático, deverá ser a formação de cidadãos que olham o mundo pensando nele - pois educação é o caminho rumo ao destino digno que os brasileiros obviamente merecem.

Dilma x Serra




O segundo turno está chegando e, ao invés de ver os presidenciáveis debatendo propostas, o eleitor está sendo obrigado a acompanhar uma verdadeira guerra entre partidos e candidatos que em nada contribuiu para o debate político, para a democracia e muito menos o ajuda a fazer a melhor escolha. Pensando nisso, o SinergiaK compilou as principais propostas de Dilma Rousseff e José Serra, para que você, eleitor, tenha certeza do que está fazendo.

INFRAESTRUTURA

DILMA - Expansão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) reunindo mais investimentos, tanto do setor público quanto privado, subsidiando assim melhorias em rodovias, portos e aeroportos.

SERRA - Aposta em concessões para as rodovias, ferrovias e aeroportos.

IMPOSTOS

DILMA - Pretende reduzir a zero impostos sobre investimentos, sobre folha de pagamento, mas não deixou claro como irá fazer isso. O ICMS terá uma legislação nacional e não por estado, como é hoje.

SERRA - Pretende alavancar o crescimento diminuindo impostos sobre folha de pagamento e energia elétrica. Irá reduzir impostos sobre a cesta básica, saneamento básico, medicamentos e combustível para ônibus. Implantará o modelo da Nota Fiscal Paulista nos demais estados brasileiros.

POBREZA

DILMA - Fortalecerá o programa Bolsa Família, implantará novos programas sociais, com o objetivo de erradicar a pobreza até 2014.

SERRA - Ampliará a Bolsa Família levando-a para 27 milhões de famílias. Criará o 13º salário para o benefício.

DESEMPREGO

DILMA - Não apresentou propostas para combater o desemprego. Diz que continuará a incentivar o consumo interno e práticas que facilitem a legalização de pequenos negócios.

SERRA - Promete a criação de 20 milhões de empregos até 2020, além disso, tirará 5 milhões de brasileiros do trabalho informal e criará cursos profissionalizantes.

Nem Serra, nem Dilma apresentaram propostas para diminuir a jornada de trabalho ou sobre a flexibilização das leis trabalhistas, que tornaria mais fácil o processo de admissão e demissão de empregados.

EDUCAÇÃO

DILMA - Criação de escolas de ensino técnico em cidades com mais de 50 mil habitantes, expansão de vagas no ensino infantil, construção de 6 mil creches e pré-escolas, 7% do PIB (Produto Interno Bruto) será investido na Educação.

SERRA- Ampliação da rede de ensino técnico, criação de 1 milhão de vagas do Protec (bolsa similar ao ProUni), dois professores em salas de alfabetização.

Nenhum dos candidatos fez propostas claras no que se refere a reajuste salarial para profissionais da Educação. A tendência é que Dilma siga os passos de Lula, oferecendo um complemento aos municípios que provarem não ter condições de oferecer bons salários. Já Serra poderá diminuir o tempo do professor em atividades fora de sala.

SEGURANÇA

DILMA - Expansão das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), implantado em favelas do Rio de Janeiro, levando o programa para outros municípios.

SERRA - Criação de um ministério específico para a segurança, o que pressupõe um maior envolvimento do governo federal em resolver os problemas nessa área.

SAÚDE

DILMA - Criação de 500 postos de Pronto Atendimento (para casos de emergência), em que a União assumirá 50% dos custos, a outra metade fica a cargo de estados e municípios. Investirá na produção e distribuição de medicamentos.

SERRA -Criação de 154 Ambulatórios de Medicina Especializada e clínica para tratamento de usuários de drogas.

IMPRENSA

Tanto Serra quanto Dilma acreditam que a liberdade de imprensa deve ser mantida


Agora não tem mais desculpa. Leia atentamente as propostas dos presidenciáveis e vote consciente. Politize-se!

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Câmara dos Deputados

Assim fica a composição da Câmara dos Deputados eleita em 2010:

- O PT elegeu 88 deputados.

- O PMDB elegeu 79 deputados.

- O PSDB elegeu 53 deputados.

- O DEM elegeu 43 deputados.

- Juntos PT e PMDB, se contarmos que são aliados, tiveram 167 cadeiras.

- Juntos PSDB e DEM, se contarmos que são aliados, tiveram 96 cadeiras.

- Da coligação que apóia a candidata do PT Dilma Rousseff excluindo o PMDB, os partidos PC do B, PDT, PRB, PR, PSB, PSC, PTC, conseguiram juntos 144 cadeiras.

- Da coligação que apóia o candidato do PSDB José Serra excluindo o DEM, os partidos PMN, PT DO B, PTB e PPS conseguiram 40 cadeiras.

- O PSOL elegeu três deputados.

- O PV elegeu 15 deputados.

- O PP elegeu 41 deputados.

- De novidade na câmara aparecem os partidos PRP e PRTB com duas cadeiras cada um e PSL com apenas uma cadeira.

- Na eleição de 2010 os maiores partidos perderam cadeiras na câmara dos deputados. Em relação à bancada eleita em 2006 o PMDB perdeu dez cadeiras. Da oposição o PSDB perdeu 13 cadeiras e o seu aliado DEM perdeu 22 cadeiras.

- O PT ganhou cinco cadeiras em relação à eleição de 2006.

O voto da fé




Depois da Igreja Católica se manifestar contra o aborto e a candidata Dilma Rousseff do PT, os evangélicos, representados pelos seus dois maiores líderes, o pastor Silas Malafaia (Assembléia de Deus Vitória em Cristo) e Edir Macedo (Igreja Universal do Reino de Deus) decidiram se manifestar.

Malafaia, que aparece na propaganda eleitoral do tucano José Serra, postou em seu site um vídeo onde rebate as criticas de Macedo, que defende Dilma em seu blog pessoal e recomenda que se tome “cuidado com o profeta velho”.

O pastor Silas Malafaia iniciou a campanha política apoiando a candidata Marina Silva e depois, usando o argumento frágil de que o partido dela, o PV, apoiava o aborto, mudou de lado e, para justificar que não apoiaria a candidata Dilma, acusou o PT de ser a favor do aborto e apoiar o casamento de homossexuais. Pronto, o caminho estava aberto para, sabe-se lá com que interesse, apoiar o candidato Serra. Ele a ataca, dizendo: “em vários meios de comunicação, (Dilma) disse que é favorável ao casamento de homossexuais.”

O pastor Silas se defende, alegando que “nunca disse que Marina apoiava o aborto“, mas que mudou de idéia sobre seu apoio porque a candidata do PV não teria uma posição firme sobre o tema. “Ela ficou em cima do muro”, afirma. “O problema da Dilma é que ela mudou de ideia, agora diz que é contra pra não perder a eleição. Edir Macedo, você é o único pastor do mundo que é a favor do aborto”, continua.
“Dilma e Serra têm uma mesma posição”. “Os dois são a favor da união civil homossexual e contra o casamento homossexual. Nós evangélicos somos contra os dois.”

Ao se defender da acusação de se vender, Silas declara que norteia sua vida a partir de um princípio: “Eu não fui comprado por nada. Você foi comprado para defender Dilma, a tua emissora recebe milhões do governo, é chapa branca, com jornalismo tendencioso e não é independente como as outras”, atacou.

“Quem mudou de lado? Na eleição de Lula e Collor, Macedo defendeu Collor e disse que Lula era o diabo. Você tem ganância de poder político”, conclui Silas.


Parece que as coisas estão meio confusas no paraíso.
Nessa eleição vote com fé, só não venha me perguntar em quê.


Charges do Blog do Amarildo.

Governadores


Para entender como Dilma Rouseff do PT e José Serra do PSDB, vão angariar votos pelos Estados na última semana pela corrida presidencial basta apenas analisar como cada partido se saiu nas eleições estaduais. Conta também os partidos que fazem parte da coligação de cada um dos presidenciáveis, além dos apoios independentes vindo de partidários do PV, apesar de alguns preferirem a neutralidade entre elas a ex-candidata a presidente pelo partido Marina Silva.

Abaixo uma análise dos partidos que conseguiram eleger ou reeleger seus candidatos a governadores pelo país:

- O PT elegeu Tião Viana no Acre, Tarso Genro no Rio Grande do Sul e reelegeu Wagner na Bahia e Deda no Sergipe.

- O PMDB reelegeu Sergio Cabral no Rio de Janeiro, Roseana Sarney no Maranhão, Silval Barbosa em Mato Grosso, André Puccinelli em Mato Grosso do Sul.

- O PSB, elegeu Renato Casagrande no Espírito Santo e reelegeu Cid Gomes no Ceará e Eduardo Campos em Pernambuco.

- O PSDB elegeu dois governadores nos estados de maior expressão econômica do país, Geraldo Ackmin em São Paulo e Antônio Anastásia em Minas Gerais. Tmabem elegeram Siqueira Campos no Tocantins e reelegeram Beto Richa no Paraná.

- O DEM elegeu Rosalba Ciarlini no Rio Grande do Norte, Raimundo Colombo em Santa Catarina.
- O PMN, reelegeu Omar Aziz no Amazonas.
 
Abaixo, os Estados onde haverá o 2º Turno:

Alagoas - Teotônio Vilela (PSDB) X Ronaldo Lessa – (PDT)
Amapá – Lucas (PTB) X Camilo Capiberibe (PSB)
Distrito Federal – Agnelo (PT) x Weslian Roriz (PSC)
Goiás – Marconi Perillo (PSDB) X Iris Rezende (PMDB)
Pará – Simão Jatene (PSDB) X Ana Julia (PT)
Paraíba – Ricardo Coutinho (PSB) X Zé Maranhão (PMDB)
Piauí – Wilson Martins (PSB) X Silvio Mendes (PSDB)
Rondônia – Confuncio Moura (PMDB) X João Cahulla (PPS)
Roraima – Neudo Campos (PP) X Anchieta (PSDB)

Algumas observações nesse segundo turno:

- O PSB tenta eleger três governadores no segundo turno. Amapá, Paraíba e Piauí.Neste último, Wilson Martins tenta a reeleição.

- No segundo turno o PSDB concorre em 5 estados.Desses Teotônio Vilela tenta a reeleição no estado de Alagoas e Anchieta Júnior em Roraima.

- O PT tem a candidata ao segundo turno no Estado do Pará Ana Júlia que tenta a reeleição e no Distrito Federal têm o candidato Agnelo.O partido também faz parte da coligação da maioria dos governadores que disputam o segundo turno pelos partidos do PSB, PP e PMDB.

Próximo Governo



O próximo governo (PT ou PSDB) vai encontrar um Senado quase totalmente renovado. Apenas 17 senadores se reelegeram. 37 cadeiras são as novidades.
  - O PMDB e PT elegeram, 16 e 11 senadores, respectivamente, número que garante uma boa vantagem em relação aos outros partidos, levando-se em conta que os dois são aliados. Juntos somam 27 cadeiras.

- Da coligação que apóia a candidatura de Dilma PC do B, PRB, PDT, PR, PSB, PSC juntos elegeram 12 senadores.

- O PSDB elegeu cinco senadores.

- Da coligação que apóia o candidato José Serra, os partidos Democratas, PPS, PTB, PMN, juntos elegeram quatro senadores.

- O PP (Partido Progressista) conseguiu eleger quatro senadores.

- O partido PSOL conseguiu eleger dois candidatos ao senado.

- PT e PMDB e aliados ficaram com 39 cadeiras das 54 que estavam disponíveis.



Abaixo os eleitos ao Senado nas eleições de 2010, de acordo com o site do Tribunal Superior Eleitoral.Em negrito os senadores reeleitos.

PMDB
Roberto Requião (PMDB-PR)
Marcelo Miranda (PMDB-TO)
Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC)
Vitalzinho (PMDB-PB)
Wilson Santiago (PMDB-PB)
Waldemir Moka (PMDB-MS)
Eunício de Oliveira (PMDB-CE)
Ricardo Ferraço (PMDB-ES)
João Alberto (PMDB-MA)
Eduardo Braga (PMDB-AM)Edison Lobão (PMDB-MA) – Senador (a) Reeleito
Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN) – Senador (a) Reeleito
Gilvam Borges (PMDB-AP) – Senador (a) Reeleito
Renan Calheiros (PMDB-AL) – Senador(a) Reeleito
Romero Jucá (PMDB-RR) – Senador (a) Reeleito
Valdir Raupp (PMDB-RO) – Senador (a) Reeleito

PT
Humberto Costa (PT-PE)
Wellington Dias (PT-PI)
Lindberg Farias (PT-RJ)
Marta Suplicy (PT-SP)
Ângela Portela (PT-RR)
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
José Pimentel (PT-CE)
Walter Pinheiro (PT-BA)
Jorge Viana (PT-AC)Paulo Paim (PT-RS) – Senador (a) Reeleito
Delcídio Amaral (PT-MS) – Senador(a) Reeleito

PSDB
Aécio Neves (PSDB-MG)
Paulo Bauer (PSDB-SC)
Aloysio Nunes (PSDB-SP)
Flexa Ribeiro (PSDB-PA)Senador (a) Reeleito
Lúcia Vânia (PSDB-GO) – Senador (a) Reeleito

PSB

Rodrigo Rollemberg (PSB-DF)
Lídice da Mata (PSB-BA)
Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) –Senador (a) Reeleito 

PP
Ciro Nogueira (PP-PI)
Ana Amélia Lemos (PP)
Ivo Cassol (PP-RO)
Benedito de Lira (PP-AL)


PR
Blairo Maggi (PR-MT)
Magno Malta (PR-ES) Senador (a) Reeleito
João Ribeiro (PR-TO) – Senador (a) Reeleito

PSOL
Marino Brito (PSOL-PA)
Randolfe Rodrigues (PSOL-AP)

DEM
Demóstenes Torres (DEM-GO) - Senador (a) Reeleito
José Agripino (DEM-RN) – Senador (a) Reeleito

PDT
Pedro Taques (PDT-MT)
Cristovam Buarque (PDT-DF) – Senador (a) Reeleito

PPS
Itamar Franco (PPS-MG)

PC do B
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM)

PRB
Marcelo Crivella (PRB-RJ) – Senador (a) Reeleito

PSC
Eduardo Amorim (PSC-SE)

PMN
Sérgio Petecão (PMN-AC)

PTB
Armando Monteiro (PTB-PE)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Rinha de galos



Você brasileiro já assistiu a peça de teatro mais falada dos últimos dias? O segundo turno é líder em críticas em todo o país! Cenas que mostram amor à pátria, ódio, injúrias e até mesmo violência.

Os protagonistas são Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB), políticos que fazem propostas perfeitas e tem objetivos iguais. Mas vez ou outra se atacam nos bastidores (que são vistos e tem repercussão em toda mídia nacional!).

É, parece brincadeira, mas a história é séria. O último capítulo que assistimos foi a agressão cometida ao candidato José Serra. Atingido supostamente por uma bolinha de papel e um rolo de fita adesiva na cabeça, Serra se sentiu fragilizado e sobraram críticas até mesmo ao presidente Lula. “Eu fico preocupado com a principal autoridade da República, de alguma maneira, dando cobertura a atos de violência”. Toda essa movimentação foi em campanha, quando se chocaram petistas e tucanos. Logo dá para imaginar a tensão e tumulto que foi causada no local.

Do outro lado, Dilma contou que também sofreu agressões, mas nem por isso precisou fazer tanto alarde quanto seu concorrente. “Eu acredito que esta campanha não pode se pautar por níveis de agressão nem por tentativas de criar factóides”, diz.

Esperemos pelos próximos...

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O lamento de Heloísa



A vereadora de Maceió e candidata ao senado Heloísa Helena mostrou, no dia 20, sua insatisfação com a executiva nacional de seu partido, o PSOL, pelo o apoio à candidata petista Dilma Rouseff. Devido a este descontentamento, Heloísa decidiu deixar a presidência da sigla, cumprindo por escrito uma formalidade do que “ de fato já estava acontecendo” e ainda diz que considera o apoio ao PT uma “total falta de identidade”.

Em sua carta, a vereadora demonstrou uma certa decepção com o partido, pelo qual sempre se dedicou, e admite sua derrota nas eleições e dentro da executiva nacional, na qual vem perdendo desde o final do ano passado, quando queria apoiar a candidata do PV Marina Silva para a presidência. 


 
 Leia abaixo a íntegra da Carta de Afastamento da Presidência do PSOL:

1. Agradeço a solidariedade de muitos diante da minha derrota ao Senado (escrevo na primeira pessoa pois sei, como em outras guerras ao longo da história já foi dito “A vitória tem muitos pais e mães, a derrota é orfã!). Registro que enfrentei o mais sórdido conluio entre os que vivem nos esgotos do Palácio do Planalto – ostentando vulgarmente riquezas roubadas e poder – e a podridão criminosa da política alagoana. Sobre esse doloroso processo só me resta ostentar orgulhosamente as cicatrizes, os belos sinais sagrados dos que estiveram no campo de batalha sem conluio, sem covardia, sem rendição!

2. Comunico à Direção Nacional e Militância do Psol a minha decisão de formalizar o que de fato já é uma realidade há meses, diante das alterações estatutárias promovidas pela maioria do DN me afastando das atribuições da Presidência. Como é de conhecimento de todas(os) fui eleita no II Congresso Nacional por uma Chapa Minoritária, composta majoritariamente pelo MES e MTL, em um momento da vida partidária extremamente tumultuado que mais parecia a velha e cruel opção metodológica das lutas internas pelo aparato diante dos escombros de miserabilidade e indigência da nossa Classe Trabalhadora. Daí em diante o aprofundamento da desprezível carnificina política foi ora transparente ora dissimulado mas absolutamente claro!

Assim sendo, em respeito à nossa Militância e aos muitos Dirigentes que tanto admiro e por total falta de identidade com as posições assumidas nos últimos meses pela maioria das Instâncias Nacionais (culminando com o apoio a Candidatura de Dilma!) tenho clareza que melhor será para a organização e estruturação do Partido o meu afastamento e a minha permanência como Militante Fundadora do Psol, sempre à disposição das nobres tarefas de organização das lutas do nosso querido povo brasileiro! Avante Camaradas!

*

O humorista Marcelo Tas (@marcelotas), em seu twitter, questiona: "Heloisa Helena saiu do PT, virou à esquerda e foi pro PSOL. Agora, revoltada com apoio a Dilma, deixa presidência do PSOL e vai para onde?"

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

O bom filho à casa torna?



No último dia 15 a executiva nacional do Partido do Socialismo e Liberdade (PSOL) aprovou a resolução por 13 votos a 2, no qual irá apoiar o voto nulo e o que chamou de “voto crítico" à candidata Dilma Rousseff.

O partido disse que não apóia nenhuma das duas candidaturas ao Palácio do Planalto, que considera a pauta de José Serra e a aliança PSDB-DEM um "retrocesso e uma ofensiva do Neoliberalismo da Direita e do conservadorismo no Brasil" e que Dilma “se recusou sistematicamente ao longo do primeiro turno a assumir os compromissos defendidos pela candidatura do PSOL, além de manter compromissos com os banqueiros e as políticas neoliberais”.

O candidato à presidência pela sigla, Plínio de Arruda Sampaio, deixou claro que seu voto será nulo nesse segundo turno.

Perfeição?


No ano de 1994, a banda Legião Urbana lança o álbum “O Descobrimento do Brasil, o qual teve como sua principal música de trabalho Perfeição, que mostra ser franca e ao mesmo tempo irônica quando fala: “Vamos celebrar o horror de tudo isso com festa velório e caixão, esta tudo morto e enterrado agora já que também podemos celebrar a estupidez de quem cantou essa canção.” Essa frase de Renato Russo, escrita há 16 anos, parece fazer sentido no atual quadro político que nosso país vive nesse segundo turno das eleições para presidente. Parece que os candidatos José Serra e Dilma Roussef preferem se atacar ao invés de mostras seus projetos à população brasileira, deixando-nos assim órfão de bons representantes talvez para o cargo mais importante da America Latina.

O vazio de seus discursos somados a sua falta de compromisso com o povo brasileiro em debates, nos quais vemos apenas uma briga pessoal ou partidária e não idéias e propostas, uma verdadeira luta livre na propaganda eleitoral, que invade a televisão brasileira obrigatoriamente. Pelo jeito o Brasil e seu povo foram mais uma vez colocado para escanteio por motivos mais nobres, como, uma boquinha de quatro anos no palácio da Alvorada, partidos ocupando cargos em estatais e ministérios.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Jovem sim, senhor



A reunião foi marcada: sábado à noite. Na sala, a anfitriã – que reuniu os amigos para comemorar seu aniversário de dezoito anos – estava cercada por sete jovens, entre dezessete e vinte e dois anos. No meio de tanta conversa, eis que surge a pergunta clichê: “em quem vocês vão votar?” e começa o debate, que se prolongou até a indispensável hora do ‘Parabéns pra você’.

Quatro deles assumiram seus postos ao lado de Marina Silva, a candidata do Partido Verde (PV) que, além de seguir as diretrizes pró-sustentabilidade (moda entre a juventude), ainda se tornou a escolha perfeita para os que não aprovam os métodos de governo do PT e do PSDB, como a aniversariante, que assumiu seu voto para a candidata verde, ainda a terceira colocada nas pesquisas eleitorais, mas deixou claro que só tomou essa decisão por se tratar do que ela chamou de ‘última opção’: “Não voto nem no Serra, nem na Dilma!”.

Dos três restantes, dividindo o mesmo sofá, ironicamente à esquerda encontrava-se um verdadeiro tucano, que é estudante de Economia – mesma graduação de José Serra, do PSDB - com dados, estatísticas e muitos argumentos. À direita uma estudante que queria votar na Marina, mas que mudou o voto porque o pai dela foi demitido da empresa em que trabalhava por ela haver sido privatizada. “O PSDB quer privatizar tudo, quer tirar o emprego das pessoas”, disse a garota. E completa: “Vocês não sabem como é ruim ver seu pai ser demitido! Vou votar na Dilma pra não ter segundo turno e não dar chance pro Serra!” No meio dos dois mais polêmicos convidados, uma estudante de Jornalismo, que fez o papel de mediadora, tentando acalmar as partes, explicar as colocações e fazer perguntas, sem deixar exposta a própria opinião.

Dizem que os jovens não se interessam por política, mas parece que essa situação está mudando. Corre, nas veias da juventude, a vontade e a coragem de mudar o mundo e fazer acontecer. E de uns meses pra cá, com a corrida presidencial, isso ficou ainda mais claro.

Este foi o primeiro ano em que os candidatos fizeram uso da internet - poderosa disseminadora de ideias - e das comunicativas redes sociais em prol de suas campanhas. E pela primeira vez, jovens se engajaram abertamente em seus perfis do Twitter, Orkut e Facebook para divulgar seus candidatos e, acima de tudo, a proposta de se envolver com política e, através dela, conquistar um mundo melhor.

Com a Constituição Federal de 1988, jovens a partir de dezesseis anos ganharam o direito que antes pertencia somente aos ‘adultos’: escolher, através do voto, o futuro do país e o seu próprio.

Essa mudança constitucional buscava aplacar o que, na época, era um problema em potencial: o desinteresse político.

Hoje, em relação à 2006, há cerca de 7% menos eleitores com 16 e 17 anos, no entanto, política é assunto presente nas escolas, faculdades, lanchonetes, blogs, twitters...

"Eu não vou votar, não tirei título, mas se fosse ia votar na Marina, não só porque ela quer ajudar o meio ambiente, mas porque ela parece ser mais honesta", declarou o estudante de Técnico em Meio Ambiente, Getúlio Spina de 16 anos.

As pessoas estão começando a se envolver, se interessar. Aos pouquinhos, devagar, mas o que importa é a caminhada em si e não a velocidade dos passos.