quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Jovem sim, senhor



A reunião foi marcada: sábado à noite. Na sala, a anfitriã – que reuniu os amigos para comemorar seu aniversário de dezoito anos – estava cercada por sete jovens, entre dezessete e vinte e dois anos. No meio de tanta conversa, eis que surge a pergunta clichê: “em quem vocês vão votar?” e começa o debate, que se prolongou até a indispensável hora do ‘Parabéns pra você’.

Quatro deles assumiram seus postos ao lado de Marina Silva, a candidata do Partido Verde (PV) que, além de seguir as diretrizes pró-sustentabilidade (moda entre a juventude), ainda se tornou a escolha perfeita para os que não aprovam os métodos de governo do PT e do PSDB, como a aniversariante, que assumiu seu voto para a candidata verde, ainda a terceira colocada nas pesquisas eleitorais, mas deixou claro que só tomou essa decisão por se tratar do que ela chamou de ‘última opção’: “Não voto nem no Serra, nem na Dilma!”.

Dos três restantes, dividindo o mesmo sofá, ironicamente à esquerda encontrava-se um verdadeiro tucano, que é estudante de Economia – mesma graduação de José Serra, do PSDB - com dados, estatísticas e muitos argumentos. À direita uma estudante que queria votar na Marina, mas que mudou o voto porque o pai dela foi demitido da empresa em que trabalhava por ela haver sido privatizada. “O PSDB quer privatizar tudo, quer tirar o emprego das pessoas”, disse a garota. E completa: “Vocês não sabem como é ruim ver seu pai ser demitido! Vou votar na Dilma pra não ter segundo turno e não dar chance pro Serra!” No meio dos dois mais polêmicos convidados, uma estudante de Jornalismo, que fez o papel de mediadora, tentando acalmar as partes, explicar as colocações e fazer perguntas, sem deixar exposta a própria opinião.

Dizem que os jovens não se interessam por política, mas parece que essa situação está mudando. Corre, nas veias da juventude, a vontade e a coragem de mudar o mundo e fazer acontecer. E de uns meses pra cá, com a corrida presidencial, isso ficou ainda mais claro.

Este foi o primeiro ano em que os candidatos fizeram uso da internet - poderosa disseminadora de ideias - e das comunicativas redes sociais em prol de suas campanhas. E pela primeira vez, jovens se engajaram abertamente em seus perfis do Twitter, Orkut e Facebook para divulgar seus candidatos e, acima de tudo, a proposta de se envolver com política e, através dela, conquistar um mundo melhor.

Com a Constituição Federal de 1988, jovens a partir de dezesseis anos ganharam o direito que antes pertencia somente aos ‘adultos’: escolher, através do voto, o futuro do país e o seu próprio.

Essa mudança constitucional buscava aplacar o que, na época, era um problema em potencial: o desinteresse político.

Hoje, em relação à 2006, há cerca de 7% menos eleitores com 16 e 17 anos, no entanto, política é assunto presente nas escolas, faculdades, lanchonetes, blogs, twitters...

"Eu não vou votar, não tirei título, mas se fosse ia votar na Marina, não só porque ela quer ajudar o meio ambiente, mas porque ela parece ser mais honesta", declarou o estudante de Técnico em Meio Ambiente, Getúlio Spina de 16 anos.

As pessoas estão começando a se envolver, se interessar. Aos pouquinhos, devagar, mas o que importa é a caminhada em si e não a velocidade dos passos.

Reforma política

Já passou à hora de fazermos uma reforma política ampla, direta, representativa e principalmente participativa em nosso país. Quem tem coragem ou, pelo menos curiosidade de assistir os programas exibidos nos horários destinados à propaganda eleitoral gratuito, fica surpreso com o desempenho dos candidatos que mais se parecem com artistas de circo.

Isso acontece por dois motivos: Primeiro é que no Brasil não se tem uma regra clara de como deve ser o perfil e o grau intelectual dos candidatos. Segundo é porque o excesso de deboche representa que o nível de confiança que os brasileiros depositam em nosso parlamento está muito baixo.

Por esses e por outros motivos, é que a sociedade brasileira, há muito fomenta por uma reforma política aprofundada. Esta idéia apareceu com mais intensidade a partir de 1993, quando o sistema e o regime de governo foram questionados em um Pebliscito. Desde então, muitos jornalistas, políticos, intelectuais e a sociedade em geral, passaram a defender as reformas das instituições representativas como uma necessidade da democracia brasileira.

São muitas as mudanças que tramitam no Congresso Nacional. Se todos os tópicos fossem aprovados, o Brasil implementaria a mais profunda reforma política já realizada em um pais que especificamente não passa por graves crises institucionais.

Propostas como a diminuição do número de deputados federais e estaduais, critérios na apresentação na lista de candidatos (lista fechada) neste caso o partido é que apontaria os candidatos eleitos, fim do voto obrigatório, revisão da fidelidade partidária, ficha limpa (este tópico já implantado nessas eleições), enfim caso tenha esta reforma, mudaria radicalmente o quadro político no Brasil. Claro que toda mudança tem a necessidade de adaptações, e na lógica vai agradar muitos, e desagradar outros.

O que realmente esperamos com a reforma política é que as mudanças resgatem a confiança da sociedade em nossos políticos. Transforme o Congresso e o Senado em instituições de respeito e credibilidade, pois querendo ou não, é lá que o futuro e a vida dos brasileiros tomam seus rumos.

O QUE ELES FAZEM


PRESIDENTE
Ele é o chefe de Estado e do Governo brasileiro.Representa a nação e gerencia os negócios do governo. O presidente conta com o auxílio dos ministros para assuntos como a defesa nacional e relações internacionais, educação, saúde e sobre quanto o país deve poupar para pagar dívidas e investir. Além disso, é responsável pela infra-estrutura nacional (transportes, comunicações, fontes de energia) e pelas políticas de proteção ao meio ambiente e cultura. É responsabilidade da presidência aprovar as leis formuladas no Congresso e, eventualmente, também propor leis. Para ser presidente da República é preciso ser brasileiro nato e maior de 35 anos.

SENADORES
Os senadores representam os interesses dos Estados pelos quais foram eleitos. Entre suas principais atribuições estão debater e aprovar os projetos que passaram pelos deputados federais. Além da participação na função legislativa, o Senado Federal tem importantes funções, por exemplo, cabe-lhe privativamente processar e julgar o presidente da República, os ministros de Estado, do Supremo Tribunal Federal e o procurador-geral da República, nos crimes de responsabilidade e aprovar a escolha de ministros de tribunais. Ainda é de sua responsabilidade autorizar empréstimos externos tomados por governos estaduais e municipais, bem como os acordos internacionais que vão vigorar no território nacional. São eleitos três senadores por estado e pelo Distrito Federal. Devem ser brasileiro e maior de 35 anos.

Esse ano, em São Paulo, votaremos em dois candidatos diferentes para o Senado.

GOVERNADORES
Desempenha juntamente com os Secretários de Estado a administração estadual, colocando em prática planos para estimular as vocações econômicas da sua região. Para isso, defende os interesses do Estado junto à Presidência e busca investimentos e obras federais. O governador também é o responsável pela segurança pública no estado, controlando as polícias Civil e Militar, construindo e administrando presídios. Para ser governador é preciso ser brasileiro maior de 30 anos.

DEPUTADOS
FEDERAL: são eles que fazem, debatem e aprovam as leis nacionais. Aprovam emendas à Constituição Federal e o orçamento anual da União proposto pelo poder Executivo (Ministério do Planejamento). Fiscalizam as contas e os atos do presidente, do vice e dos ministros, podendo convocá-los a se explicar e abrir Comissões Parlamentares de Inquérito, as CPIs, que se tornam cada vez mais comuns no dia-a-dia da vida política nacional.

ESTADUAL: fiscalizam as ações do governador e secretários de Estado, podendo convocá-los a prestar contas e a abrir CPIs. Criam, debatem e aprovam as leis de interesse estadual. Criam impostos e taxas estaduais. Junto com o governador, elaboram o orçamento do Estado.



Nota: candidatos a todos cargos eletivos devem ser alfabetizados, estar com plenos direitos políticos e pertencer a um partido.

A hora do mata-mata

Pois é querido eleitor, você foi obrigado a assistir o último episódio da novela “vote em mim”, que tanto temos visto nos últimos dias. E digamos que o que foi exibido mais parecia uma luta de todos contra um do que realmente debater as idéias.

O programa foi exibido logo após o horário nobre da transmissora e deu voz a todos os que participaram. Geraldo Alckimin (PSDB), Aloízio Mercadante (PT), Paulo Skaf (PSB), Celso Russomano (PP), Paulo Búfalo (PSOL) e Fábio Feldmann (PV), guerrearam as palavras entre si.

A todo o momento, quem ficou na corda bamba foi o candidato Geraldo Alkimin (até então o governador atual do Estado de São Paulo), onde, questionado sobre temas de habitação, por exemplo, caiu em várias controvérsias com os adversários. Chegou até a dizer “eu vi aqui uma séria de informações erradas para os nossos telespectadores”, quando ficou irritado pelas perguntas.

Quando o assunto “Meio Ambiente” foi escolhido para discussão, apenas dois candidatos se mostraram favoráveis às causas ambientais: Paulo Búfalo e Fábio Feldmann.

É, se você ainda não decidiu para quem vai dar o poder, ainda dá tempo de analisar as propostas, mesmo que sejam parecidas elas são diferentes!

Se ficou curioso, o debate está disponível para leitura no site da Globo: http://g1.globo.com/especiais/eleicoes-2010/noticia/2010/09/veja-e-leia-integra-do-debate-em-sp.html

A hora chegou e é agora! Vote.

Votar?

Há poucos dias fui à uma lanchonete em Indaiatuba. Observei que onde antigamente ficava o caixa do estabelecimento havia uma divisória que ocultava a visão daquele determinado espaço. Imaginei que estivessem reformando o local, realizando uma ampliação, por exemplo. Não contive a curiosidade e procurei esticar um pouco mais o pescoço para enxergar as melhorias que estavam sendo realizadas. Para minha surpresa ali não estava sendo realizado nenhum tipo de obra. No local, estavam instaladas pelo menos uma dúzia de máquinas “caça-níqueis”. Paguei pelo salgado que comi e fui embora pensando se deveria ou não denunciar aquele comércio. Decidi que não ganharia nada com essa atitude, afinal eu mesma não estava sendo prejudicada (não diretamente, pelo menos) e os responsáveis pela fiscalização possivelmente já passaram por esse local diversas vezes, considerando sua localização.

Neste mesmo dia peguei a estrada e fui para Campinas, onde emperrei em um trânsito do qual parecia que não sairia mais. Fiquei parada talvez durante uns vinte ou trinta minutos no mesmo lugar e nada do tráfego avançar. Através do meu retrovisor direito notei um carro andando pelo acostamento ultrapassando todos os que estavam parados havia tanto tempo, inclusive o meu. Pensei: qual seria a grande vantagem que este motorista acreditava estar tendo, levando em consideração que a qualquer momento poderia ser flagrado e autuado por um guarda de trânsito. Talvez se eu anotasse a placa e ligasse para a polícia... Nos poucos segundos que seguiram entre os pensamentos e a ultrapassagem desisti, visto que sem a presença do policial não haveria o flagrante e muito menos a autuação.

Mas algo nos dois casos deste dia peculiar me chamou a atenção. Mais do que a falta da fiscalização ou de providências relativas à má conduta do comerciante e do motorista, a minha própria atitude, a minha conivência com ambos me incomodou profundamente. Refleti sobre quantas vezes faço isso diariamente, e concordo indiretamente com tantas atitudes malogradas. Afinal, como diz o ditado - “quem cala, consente”. Por mais que eu não concordasse com os atos do comerciante, do motorista, e de tantos outros (maus) exemplos que eu poderia citar agora, nada fiz para denunciá-los ou impedi-los.

Acredito que você, caro leitor, também tenha tido em algum momento, em pequena ou grande proporção, esse sentimento de impotência perante alguma injustiça e se calado. Se a lei rege todos igualmente, por que alguns insistem em obter ‘vantagens’ de forma ilícita, e pior, conseguem obtê-las sem nenhum risco ou pudor? Pior ainda é perceber que de modo geral a sociedade aceita e aprova essas atitudes, pois como são espertas estas pessoas, não?! Melhor exemplo não poderíamos encontrar senão na política brasileira (ou mundial?). Em ano de eleições me divirto deveras com candidatos, no mínimo, caras-de-pau... Política talvez seja um assunto que não o agrade. Há até quem diga que quando o assunto chega em religião, futebol, política ou na mulher alheia é melhor encerrar a conversa. Porém, acredito que você, assim como eu, não está conformado com falta de ética que assistimos quase diariamente nos noticiários. Prossigo com uma consideração: entre os jovens a política tornou-se um assunto massante, coisa do  do  nerd oudo pseudocult que quer parecer politizado. Claro que estou generalizando.

Anos se passam e as reclamações do povo são sempre as mesmas: a estrutura da área da saúde é precária, o sistema educacional é vergonhoso, as cidades incham desordenadamente, a violência aumenta, e por aí segue a lista incomensurável de problemas que todos conhecemos, e por senso comum concordamos que o Estado deixa a desejar em sua administração. Mas basta chegar o ano das eleições que há solução para todos os problemas (como não pensamos nisso antes?).


Por isso cheguei a estas linhas finais visando somente pedir um minuto da sua reflexão. Esteja atento a todo o instante do seu dia, seja nas pequenas atitudes e ocasiões, ou no momento de escolher seu representante. Antes de apertar a tecla verde no dia 3 de outubro analise com cuidado as idéias e propostas daquele candidato em quem você pretende votar. Anular o voto não é forma de protesto. Ao anular o seu voto você se equipara com o cara que faltou na reunião e condomínio. Outras pessoas decidiram algo que talvez você não concorde e que mexerá diretamente com o seu bolso... mas já que você não estava presente e portanto não se  mnifestou, entra na parcela que se calou – e consentiu.


Nada poderei fazer para mudar a minha falta de atitude com o comerciante ou com o motorista, porém tenho uma grande frase de Chico Xavier: Ninguém pode mudar o erro no começo, mas todos podemos recomeçar e fazer um novo final”.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Qual camisa você veste?


Que mito é esse que brasileiro é tranqüilo, não liga muito para o trabalho e vive fazendo festa? Pelo menos não é a realidade do nosso país!

Quantas pessoas saem das suas casas, deixam os filhos serem criados por estranhos, e lutam cada vez mais por seus sonhos?

Povo brasileiro é assim, tem um histórico de luta por melhorias.

Quando chega o período de eleição, sobram promessas e faltam ações. O Brasil passou por crítico período de ditadura militar, onde ninguém tinha direito a escolha. Lutamos.

Agora, somos uma nação democrática. Democrática? Sim.

Democracia é todos terem direito de escolha. Mas, que escolha é essa onde só se decide o voto por “achismo”? O “acho que fulano é bom”, ou “acho as propostas boas”.

Vamos, todos por uma boa causa dizer com convicção e certeza que todas as nossas escolhas são as melhores. Vamos mostrar que o suor do trabalhador brasileiro merece um representante que vista a causa!

Sindicalista, tucano ou proteção ambiental?


Eleições 2010. Quem decide é você!

Os jovens querem votar no candidato mais engraçado, no mais falado, no mais burro", afirmou Guilherme Casita e disse ainda: "Voto no Serra para presidente porque ele já foi governador do Estado de São Paulo e conseguiu muito dinheiro para construir coisas boas. Por isso escolhi o Serra".
A data para votar foi definida, 3 de outubro. E tão importante como escovar os dentes ou lavar as mãos é avaliar bem os candidatos antes da eleição, pois depende deles que bons projetos sejam aprovados em congresso.

Humoristas, jogadores de futebol, mulheres frutas, tantas pessoas concorrendo pelas vagas de deputado federal, estadual, governador, senador e presidente que nos esquecemos que colocar na balança suas propostas. Como fazer então para acertar no voto e colocar a responsabilidade nas mãos certas?

A disputa pelo cargo mais importante está entre duas mulheres e um homem: Dilma Rousseff, Marina Silva e José Serra. "Comparei os candidatos. Vi a Dilma com mais vontade de ajudar o povo. O Serra é uma pessoa interessante também, porém já acho que ele vai ajudar as grandes empresas a crescerem como vimos no governo de Fernando Henrique Cardoso" disse Guilherme Brozoski, justificando seu voto.

Já a estudante de direito, Ligia Moreira acredita que o país só pode ser mudado pela sua candidata, Marina Silva. "O casamento entre homossexuais no país ainda não é permitido, a Marina apóia que ele seja legalizado. Ganhou meu voto!"
Quem também concorre ao cargo de presidente é Plínio de Arruda Sampaio, que vem crescendo nos debates e intenções de voto. "Sua história política, suas propostas. É o único que fala sobre a reforma agrária, e esse ponto para mim é muito animador, pois acredito que a melhor maneira de se crescer é dividindo o território", segundo o eleitor Thales Puglia.

Segunda visão

Até o momento o Ibope aponta intenções de voto de 50% para Dilma, 28% para Serra e 12% para Marina.

Você acredita que nós brasileiros nos deixamos levar? Que ninguém se interesse pela política? Errado!

Segundo o professor da Faculdade de Comunicação e Artes, João Negrão a nação brasileira está se reeducando quanto à política. "O processo democrático, a redemocratização do país vem desde 1985, 1989 nós tivemos a retomada de eleição presidencial. É pouco. Então, nós estamos reaprendendo a política", diz. "Eu penso, e os números mostram, que o brasileiro vem aguçando o seu interesse, de uma forma crítica".

Ou seja, a formação de opinião depende unicamente do nosso interesse, da curiosidade.

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

8 motivos para o jovem votar

Se os dias estão duros para qualquer eleitor, imagine para nós que somos jovens. Você olha para um lado está “vote no Tiririca, pior que tá não fica” do outro: “Jovem vota em jovem. Vote na mulher Pêra”. Como diria Renato Russo na música Via Láctea: “Quando tudo está perdido sempre existe uma luz.”

Pode estar difícil de enxergar, mas ela existe. Não desista de procurá-la. Claro que poderia dar vários motivos óbvios para nós, jovens, irmos no próximo dia 3 de outubro às urnas e mudarmos nosso destino e o do país, mais darei apenas oito:

1) O mundo é dos jovens. Mais da metade da população mundial tem abaixo de 25 anos e o Brasil é o quinto país nesse ranking.

2) Você tornar-se dono de seu destino.

3) Temos a energia que é preciso para mudar nossa sociedade.
4) Nós temos atitude para fazer acontecer.

5) Nossa voz tem força para ser escutada nos quatro cantos do mundo.

6) Os maiores focos de resistência contra as ditaduras foram dos jovens.

7) As maiores mudanças comportamentais e políticas do século XX foram feitas por pessoas como você.

8) Somos o passado, o presente e o futuro do mundo.

Há uma batalha lá fora que se chama vida. Então levante-se e lute!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Entre umas e outras

Propinas, dossiês, quebra de sigilo e trafico de influência são temas que entraram de vez na pauta do PSDB essa semana. E esse será o objetivo: associar a imagem da candidata à presidência Dilma Rousseff, do PT, a cada um dos escândalos que tem surgido. O partido de oposição, daqui pra frente, irá articular, nos próximos debates, assuntos que pretende mudar o tom moderado para um ataque maior contra a candidata petista.Tudo isso para garantir tempo e quem sabe até empurrar as eleições para um possível segundo turno.

Mas que os tucanos não esperem um jogo fácil. Do lado petista, é o presidente Lula quem lidera a marcha contra a oposição. Sobrou até para a imprensa. Conhecido por suas tiradas e excessos, o presidente será uma figura chave para blindar a candidatura de Dilma. Proteger a liderança na preferência do eleitorado deve ser prioridade. Afinal, uma enxurrada de questionamentos e explicações será cobrada da ex-ministra da Casa Civil, este pode ser um ótimo teste de estresse para o PT avaliar onde melhorar na campanha e como reagir em momentos de crise.

Entretanto, Dilma terá que se desdobrar para responder as acusações que devem surgir do lado dos tucanos. De todo esse engodo, quem pode se beneficiar com isso é a Marina Silva, candidata pelo PV. Apesar de estar um pouco longe nas pesquisas, nada impede que ela consiga ultrapassar seu adversário, José Serra.

Marina será uma rota de fuga para a maioria dos eleitores ainda indecisos ou que, depois dos últimos acontecimentos, perderam a confiança em seus candidatos. Sua candidatura e discurso têm o mesmo nível que Dilma e Serra, o problema esta na forma como o PV faz a campanha. Se souber aproveitar a brecha do entrave entre PT / PSDB, Marina pode passar a ser uma boa alternativa. Isso só vai depender de como ela será assessorada. Os sinais estão claros para mostrar que o embate de Dilma e Serra tende a ficar pior do que está. E sabendo como funciona o cenário político, tudo é possível.

Afirmar que tudo é válido, nem sempre é correto, ainda mais em períodos que requerem certa dose de estratégia e prudência, principalmente para quem muito acusa, frieza para quem responde e esperteza pra quem sabe aproveitar o momento.

Prejudicados


Você conhece as propostas do seu candidato a presidente? Não. Nem eu. Olhando o cenário eleitoral dessa semana, mais uma vez o foco das eleições, está se tornando um verdadeiro palanque de baixarias.


As propostas dos candidatos ficam para traz e entra em cena as discussões sobre os “escândalos” da Casa Civil, publicados pela Veja na última semana. E será assim até as eleições, do dia 3 de outubro. Com certeza, você e eu seremos azucrinados com histórias de dossiês, quebra de sigilo e outras coisas que devem aparecer até lá.


Quer saber como seremos prejudicados com tudo isso? Muito simples. Vamos deixar de conhecer claramente os planos de governo de cada um dos presidenciáveis. Revendo os últimos dois debates feitos pela TV - Band e Rede Tv - assuntos como educação, saúde, reforma tributária e política, foram tratados com muita superficialidade.


E agora com essas denúncias de corrupção que envolve o Ministério da Casa Civil, cada voto passará a ser disputado não por ideias e propostas. Será disputado subestimando nossa inteligência e paciência. As próximas semanas serão marcadas por intensas trocas de acusações, entre os dois candidatos do PT, Dilma Rousseff, e do PSDB, José Serra, ou seja, estão usando artimanhas para desvirtuar o foco das eleições. E estão conseguindo.

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Comédia Eleitoral Gratuita

Personagens mudam a cara da Propaganda Eleitoral


                                                                                
A um mês, no dia 17 de setembro, começou a propaganda eleitoral gratuita, em que os candidatos aos cargos de presidente, senador, governador, deputado federal e estadual “invadem” as casas dos cidadãos brasileiros com suas promessas e propostas de governo.

Apesar dos nomes já conhecidos na política e que se munem de comissões e outros aparatos, na tentativa de obter resultados favoráveis, vemos surgir, a cada eleição, um tipo diferente de candidato. São verdadeiras personagens que, assim como Enéas e seu conhecido “Meu nome é Enéas!”, ficarão na memória coletiva dos eleitores.

Ronaldo Esper promete agulhar os políticos em Brasília, a Mulher Pêra saiu da fruteira direto para as urnas, cantores falidos e apresentadores bonachões são apenas alguns exemplos de candidatos um tanto diferentes. Mas, sem sombra de dúvidas, a candidatura a deputado federal de Tiririca tem repercutido e dado o que falar.

Com o jargão “Pior do que ‘tá’ não fica”, somada com sua falta de conhecimento sobre as atribuições ao cargo a que concorre – mas com a promessa de contar aos eleitores quando descobrir – tornou-se figura conhecida até mesmo entre quem não vota ainda, principalmente crianças. No Youtube, o vídeo já teve mais de 500 mil acessos, isso apenas em um dos vídeos da campanha vinculadas no canal.

Entretanto, não importa sua capacidade enquanto candidato a um cargo público, ou a falta dela, a questão é que o cantor-comediante conseguiu chamar atenção para si e não será nenhuma surpresa se conseguir se eleger. Não seria a primeira vez que um candidato chega ao poder público por ser engraçado ou bonito. A questão é: porque os partidos aceitam a candidatura de pessoas que ao menos aparentemente não são aptos o suficiente para ocupar um cargo público? Seria isso o que chamamos de democracia.

Celebridades, personalidades excêntricas, políticos muito conhecidos são verdadeiros puxadores de votos, que nas últimas eleições fizeram a diferença nas urnas. Para Frederick van Amstel, do blog Usabilidoido, candidatos caricatos tem “função é atrair os incrédulos e frustrados”. Independente disso, ter um candidato que chama tanta atenção para si mesmo é garantia de muitos votos, com isso, o próprio partido se beneficia. Foi o que aconteceu em 2002 em que Enéas Carneiro, com mais de 1,5 milhões de votos, elegeu mais cinco deputados do seu partido.

Votos de protesto também costumam provocar verdadeiras bizarrices eleitorais, com resultados muitas vezes inusitados. Como exemplo temos Clodovil que, com cerca de 493 mil votos, foi o terceiro deputado federal mais votado do país nas eleições de 2006. Mas para quem pensa que o voto de protesto é invenção recente, engana-se. Em 1958, um rinoceronte que atendia pelo nome de Cacareco, foi o vereador mais votado de São Paulo. Por motivos óbvios ele não pode ocupar o cargo. Em 1988, o macaco Tião ficou em 3º lugar na disputa pela Prefeitura do Rio de Janeiro, com mais de 400 mil votos. Em ambos os casos os votos foram considerados nulos.

Porém, independente das figuras exóticas que surgem a cada eleição, o horário eleitoral é um dos mecanismos mais acessíveis a grande maioria dos eleitores, de modo que estes podem conhecer melhor as propostas de seus candidatos. “Em casa a gente assiste”, diz o estudante Jonathan Ventura e explica “tem um monte de gente (candidatos), tem que ver para escolher em quem vai votar.”

Lembrando que o horário político irá ao ar até o dia 30 de setembro, vésperas da eleição que tem data marcada para 03 de outubro. Assista, se informe. Escolha seu candidato de forma consciente. Na pior das hipóteses, aproveite as campanhas pouco ortodoxas, definida pelo blogueiro Walace Pereira, do Tigre de Muleta, como o melhor programa de comédia do ano.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Movimento Voto Nulo

Verdade ou mentira?

Um movimento curioso surge no período eleitoral. Chamado ‘Movimento Voto Nulo’, busca convencer a população a protestar. Usam o argumento de que sendo nulos a maioria dos votos, a eleição é anulada e novo pleito tem que ser organizado, com candidatos diferentes.

O site intitulado "Movimento Voto Nulo" prega a ida às unas com o "voto consciente", como forma de não eleger políticos que consideram corruptos. Na página, diz que "as pesquisas estão polarizadas em cima de dois candidatos", e compara o eleitor a um "gado marcado", por ser, segundo o texto, "conduzido à urna" e "por não ter o direito de escolha".
A principal linha de raciocínio dos responsáveis pelo movimento não é errada: num regime democrático, como no Brasil, deve prevalecer a vontade da maioria do povo. Assim sendo, se a maioria anulasse o voto, nada mais correto do que anular, consequentemente, a eleição toda.

No entanto, a lei eleitoral prevê, em seu artigo 220, que uma eleição só pode ser invalidada quando fugir dos padrões legais, ou seja, feita perante mesa não nomeada pelo juiz eleitoral, realizada em datas e horários diferentes, ou houver qualquer tipo de infração por meio dos candidatos.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vence a eleição o candidato que obtiver maioria (50% mais um) dos votos válidos, que são os votos nominais aos candidatos e os votos nas legendas, nas eleições para deputados estaduais e federais. Os votos nulos e brancos não são considerados nessa soma.

Votar nulo ou em branco é abster-se do direito de escolher um dos candidatos. É uma opção, válida e legal, dos eleitores. Não é tratado, por lei, como protesto ou descontentamento e são, automaticamente, considerados inválidos. Dessa forma, se houverem 90% dos votos nulos e brancos e 10% válidos, o candidato que receber a maioria desses 10%, será eleito.


Ao ser questionado sobre a alternativa do voto nulo, o ministro Marco Aurélio Mello, ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral, observou que essa não é a melhor forma de protesto. "O melhor protesto é deixar de votar naqueles que tenham cometido algum desvio de conduta”, afirma. E completa: "Anulando o voto adotamos a prática da avestruz, ou seja, enterrar a cabeça e deixar o vendaval passar. Creio que, diante de uma crise, se escolhermos essa prática, não estaremos atuando com sabedoria."