sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Comédia Eleitoral Gratuita

Personagens mudam a cara da Propaganda Eleitoral


                                                                                
A um mês, no dia 17 de setembro, começou a propaganda eleitoral gratuita, em que os candidatos aos cargos de presidente, senador, governador, deputado federal e estadual “invadem” as casas dos cidadãos brasileiros com suas promessas e propostas de governo.

Apesar dos nomes já conhecidos na política e que se munem de comissões e outros aparatos, na tentativa de obter resultados favoráveis, vemos surgir, a cada eleição, um tipo diferente de candidato. São verdadeiras personagens que, assim como Enéas e seu conhecido “Meu nome é Enéas!”, ficarão na memória coletiva dos eleitores.

Ronaldo Esper promete agulhar os políticos em Brasília, a Mulher Pêra saiu da fruteira direto para as urnas, cantores falidos e apresentadores bonachões são apenas alguns exemplos de candidatos um tanto diferentes. Mas, sem sombra de dúvidas, a candidatura a deputado federal de Tiririca tem repercutido e dado o que falar.

Com o jargão “Pior do que ‘tá’ não fica”, somada com sua falta de conhecimento sobre as atribuições ao cargo a que concorre – mas com a promessa de contar aos eleitores quando descobrir – tornou-se figura conhecida até mesmo entre quem não vota ainda, principalmente crianças. No Youtube, o vídeo já teve mais de 500 mil acessos, isso apenas em um dos vídeos da campanha vinculadas no canal.

Entretanto, não importa sua capacidade enquanto candidato a um cargo público, ou a falta dela, a questão é que o cantor-comediante conseguiu chamar atenção para si e não será nenhuma surpresa se conseguir se eleger. Não seria a primeira vez que um candidato chega ao poder público por ser engraçado ou bonito. A questão é: porque os partidos aceitam a candidatura de pessoas que ao menos aparentemente não são aptos o suficiente para ocupar um cargo público? Seria isso o que chamamos de democracia.

Celebridades, personalidades excêntricas, políticos muito conhecidos são verdadeiros puxadores de votos, que nas últimas eleições fizeram a diferença nas urnas. Para Frederick van Amstel, do blog Usabilidoido, candidatos caricatos tem “função é atrair os incrédulos e frustrados”. Independente disso, ter um candidato que chama tanta atenção para si mesmo é garantia de muitos votos, com isso, o próprio partido se beneficia. Foi o que aconteceu em 2002 em que Enéas Carneiro, com mais de 1,5 milhões de votos, elegeu mais cinco deputados do seu partido.

Votos de protesto também costumam provocar verdadeiras bizarrices eleitorais, com resultados muitas vezes inusitados. Como exemplo temos Clodovil que, com cerca de 493 mil votos, foi o terceiro deputado federal mais votado do país nas eleições de 2006. Mas para quem pensa que o voto de protesto é invenção recente, engana-se. Em 1958, um rinoceronte que atendia pelo nome de Cacareco, foi o vereador mais votado de São Paulo. Por motivos óbvios ele não pode ocupar o cargo. Em 1988, o macaco Tião ficou em 3º lugar na disputa pela Prefeitura do Rio de Janeiro, com mais de 400 mil votos. Em ambos os casos os votos foram considerados nulos.

Porém, independente das figuras exóticas que surgem a cada eleição, o horário eleitoral é um dos mecanismos mais acessíveis a grande maioria dos eleitores, de modo que estes podem conhecer melhor as propostas de seus candidatos. “Em casa a gente assiste”, diz o estudante Jonathan Ventura e explica “tem um monte de gente (candidatos), tem que ver para escolher em quem vai votar.”

Lembrando que o horário político irá ao ar até o dia 30 de setembro, vésperas da eleição que tem data marcada para 03 de outubro. Assista, se informe. Escolha seu candidato de forma consciente. Na pior das hipóteses, aproveite as campanhas pouco ortodoxas, definida pelo blogueiro Walace Pereira, do Tigre de Muleta, como o melhor programa de comédia do ano.

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