segunda-feira, 23 de maio de 2011

Maconha: sim ou não?

(Foto: Daniela Noronha)

No dia 7 de maio aconteceu a Marcha da Maconha em Vitória, Rio de Janeiro e Belo Horizonte. Além de grande participação popular, o evento contou com a presença de figuras públicas como Tico Santa Cruz, vocalista da banda Detonautas Rock Clube, e reabriu o debate sobre a legalização ou descriminalização da maconha na sociedade brasileira.
A discussão é longa e cada parte tem seu ponto de vista. Para os apoiadores da descriminalização da maconha, seja para uso pessoal ou medicinal, se apoiam em argumentos como a diminuição da taxa de criminalidade, tendo em vista que o tráfico, e tudo o que gira ao redor perderia a força e grande parte do dinheiro gerado. Outro fator apresentado por seus militantes é o fato da droga ser menos viciante, embora tenha mais substancias cancerígenas, que o café e mate menos pessoas no mundo que o álcool e o cigarro, tendo em vista que a OMS (organização Mundial da Saúde) estima que, por ano, cerca de 2,5 milhões de pessoas morrem no mundo por causa do álcool e 200 mil por ano no Brasil morram vitimas do cigarro, enquanto para a maconha não há dados suficientes para completar uma pesquisa sobre suas vitimas pelo fato do número ser mínimo.
Já para os que são contra a legalização, um dos argumentos é o risco de câncer de pulmão, embora não haja nenhuma relação comprovada entre eles. Alguns ainda se apóiam no fato de que, na Holanda, país onde a maconha é legalizada em pubs e casas especificas para o consumo, a taxa de usuários cresceu de 3% para 12% após a legalização, sem levar em consideração que nos EUA, após a criminalização, a taxa de usuários, alunos do 2º Grau, saltou para quase 50%. Outros argumentos, não fundamentados em pesquisas ou dados, é o da destruição familiar causada pela droga.
Algumas verdades e mentiras sobre a maconha
Verdades:
Maconha pode causar câncer de pulmão: alguns estudos sustentam que a maconha mais do que a nicotina pode iniciar alterações cancerígenas em células do pulmão.
Não prejudica o feto: não há nenhuma comprovação de que o consumo materno de maconha faça mal ao feto, segundo a OMS.
Não atrapalha a performance de desportistas: atletas como jogadores de futebol que fumam até três cigarros de maconha por dia não apresentam nenhuma diferença de capacidade respiratória em relação aos que não fumam.
E mentiras:
Maconha vicia mais do que cigarro e álcool: 90% das pessoas que usam maconha na juventude param de fumar por volta dos 30 anos. Quem experimenta cigarro e álcool continua a consumí-los por muito tempo ou toda a vida.
Destrói a atenção, a memória e a capacidade de aprender: as pesquisas negam o clichê do maconheiro sonhador e distraído. Fumar ou não produz diferenças mínimas.
É mais fácil parar de beber do que parar de fumar maconha: a abstinência de cannabis pode gerar na pior das hipóteses insônia, ansiedade e sintomas semelhantes aos de um resfriado.
Não existe maconha de laboratório mais forte e viciante: pacientes que procuram centros de desintoxicação permitem observar que isso está de fato acontecendo.
Fonte: Revista ISTOÉ de 25 de Fevereiro de 1998.

Confira mais fotos da Marcha da Maconha clicando aqui.

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