Um acordo fechado em 2006, no governo do ex-presidente Lula, com as centrais sindicais, firmou a regra para o reajuste do salário mínimo: correção da inflação, medida pelo INPC do ano anterior, mais o crescimento econômico, medido pela variação do PIB de dois anos antes. Esse acordo foi seguido nos últimos quatro anos, mas as centrais sindicais não queriam aceitar o novo reajuste previsto para 2011, pois em 2009 o PIB do Brasil diminuiu 0,2% por causa da crise econômica.
Os sindicalistas resolveram pedir parte do reajuste previsto para 2012: o valor R$ 580,00. A oposição, por sua vez, exigia o reajuste para R$ 600,00, que foi a proposta apresentada durante as campanhas eleitorais de José Serra. A presidente Dilma, entretanto, negou-se a um novo acordo e ofereceu R$ 545,00. O sindicato resolveu aceitar esse valor, mas a oposição recorreu ao STF.
A população, descontente, criou um movimento nas redes sociais (Twitter, Facebook, Orkut) : o #abaixodecreto. O movimento mobilizou toda a rede social nos dias 19 e 20 de fevereiro (sábado e domingo) e levou o assunto ao 1° lugar do Trending Topics Brasil do Twitter. O principal motivo da criação do #abaixodecreto foi a possibilidade da fixação do salário mínimo por decreto presidencial entre 2012 e 2015, sem discussão no Congresso.
Iana Patrícia, 26 anos, balconista, acha que o reajuste do salário mínimo não é nada se comparado com a inflação, que também aumenta: “não adianta nada o valor do salário mínimo no Brasil aumentar e também aumentarem os impostos, os alimentos.”
O governo promete um reajuste real para o próximo ano, estabelecendo o salário mínimo entre R$ 600 e R$ 630, mas esse ano o máximo que o governo pode aumentar é R$ 35, passando para o valor de R$ 545.
Nenhum comentário:
Postar um comentário