Foto: Lucas Spinardi
Pelo terceiro ano consecutivo, a população e as entidades da região se uniram numa caminhada ecológica, em prol do meio ambiente, na III Jornada Pelo Tietê. Moradores de Itu, Cabreúva, Salto e Porto Feliz caminharam até a Gruta, na Estrada Parque, em uma manifestação contra a construção de uma das usinas hidroelétricas do projeto das PCHs (Pequenas Centrais Hidroelétricas) que se instalaria em um dos trechos da Estrada Parque, e que, segundo Maria Helena Schiavone, transformaria em “um imenso lago de esgoto” uma das poucas reservas de Mata Atlântica que restaram no país.
O evento foi organizado pelas ONGs Caminho das Águas, CJ Caipira, 5 Elementos – Instituto de Educação e Pesquisa Ambiental, Fundação SOS Mata Atlântica, Eco Salto, INEVAT – Instituto de Estudos Vale do Tiete, Pastoral da Ecologia e do SAAE – Itu, em parceria com a Águas de Itu, Tratado pela Educação Ambiental, REJUMA e REPEA, em parceria com as prefeituras de Itu, Salto, Cabreúva e Porto Feliz.
“Isso é um movimento civil! É o povo reunido por uma coisa que ele acredita. Se as prefeituras não apoiassem o projeto a gente ia fazer do mesmo jeito”, conta Vanessa Andretta, moradora da cidade de Cabreúva que participou da caminhada nos três anos.
Com o objetivo de debater soluções para os problemas ambientais na Bacia do Médio Tietê, o evento esse ano deu inicio ao Fórum Permanente de Defesa do Rio Tiete no dia 16 de março, como parte das comemorações do Dia da Água, 22 de março. Nesse encontro, o prefeito de Salto, Geraldo Garcia, falou em nome dos outros três e ressaltou a importância da parceria entre o poder publico e o cidadão para a despoluição do rio.
Além da proteção do rio Tietê, o projeto abordou o novo Código Florestal, que tem como fundamento regulamentar a ação do homem com a natureza. Nele estão contidas regras para controlar o desmatamento e limitar a área mínima de mata ciliar, além de outras mais especificas. Hoje o código passa por mudanças, em sua maioria, prejudiciais para a fauna e flora brasileira, como a diminuição pela metade da área de mata ciliar.
Mesmo com a intenção boa o projeto reúne um grande publico, porém a quantidade de adeptos ainda é muito baixa, já que grande parte do publico é composto por alunos das escolas publicas e privadas dos municípios integrantes. A maior parte dessas escolas não faz uma conscientização para as questões ambientais que envolvem o projeto e tem sua participação atrelada à nota ou conceito no fim do bimestre para os participantes. Não há, como lamentou o senhor Edmundo Picasso Prado, integrante da Pastoral de Ecologia de São Paulo, continuidade: “o povo está anestesiado pela mídia, vêm aqui, mas dificilmente continua trabalhando pelo meio ambiente depois.”
Ao final do evento, Maria Helena fez um ultimato e declarou que “19 de março de 2011 é o ultimo dia que nós toleramos o Tiete sujo. Daqui para frente é tolerância zero com todas as autoridades responsáveis pela limpeza desse rio.” E completou dizendo que acompanha a questão rio Tiete desde 1990, quando foi anunciado que o processo de limpeza duraria apenas 10 anos e hoje, 20 anos depois, nada ainda foi feito.
Confira mais fotos do evendo na galeria do Flickr do SinergiaK, clicando aqui.
3 comentários:
Bom por dois motivos: Ecológico e anticalórico... Viva!
Parabéns pelo texto Lucas... como já dito anteriormente, a ideia é ótima, mas a hipocrisia é latente (sem generalizar, é claro).
Bom dia Lucas, parabéns pelo texto, mas aqui vai a minha crítica pra algumas pessoas que estavam participando da caminhada e ao mesmo tempo jogando latinhas de coca-cola e pacotes de salgadinho no chão...fica essa ressalva.
Abraço!!
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