A cronista Lílian Buzzetto, do blog Mulherices, consegue expressar, com muito humor, alguns dos sentimentos dos brasileiros politizados acerca do trabalho dos deputados e senadores, que têm deixado muito a desejar.
O Plano - Lílian Buzzetto
2011 é impar, né? Isso significa que passaremos um ano sem Copa do mundo, sem Olimpíada, sem 29 de fevereiro e – claro, sem eleição. Eu sei que muita gente esquece a existência dos políticos em anos ímpares, mas, infelizmente, eles continuam lá fazendo...
(se eu usar palavrão no parágrafo de abertura a Karina me mata, né?).
Bem, nossos políticos ainda estão lá fazendo aquilo que eles estão habituados a fazer.
Como eu ainda não estou satisfeita com esses moços e moças do Planalto, pensei, pensei e finalmente: eu tenho um plano, cambada – e o plano é bom. É utópico e não vai ser posto em prática porque as pessoas, inadvertidamente, não me escutam, mas é bom.
(se eu usar palavrão no parágrafo de abertura a Karina me mata, né?).
Bem, nossos políticos ainda estão lá fazendo aquilo que eles estão habituados a fazer.
Como eu ainda não estou satisfeita com esses moços e moças do Planalto, pensei, pensei e finalmente: eu tenho um plano, cambada – e o plano é bom. É utópico e não vai ser posto em prática porque as pessoas, inadvertidamente, não me escutam, mas é bom.
Pois bem, acho que, com algumas módicas alterações, conseguiríamos resolver muitos problemas do nosso sistema legislativo – então segue o passo-a-passo do pacote-básico [há um plano avançado, mas comecemos pelo simples]:
1. 513 Deputados e 81 Senadores. Pra quê? Não quero acompanhar só o que faz o meu candidato porque estou sujeita as idéias de jerico, digo leis, provenientes de todos os eleitos. É inviável trabalhar, estudar, namorar, manter unhas e cabelos impecáveis e fiscalizar o que quase 600 criaturas estão fazendo. Para 26 Estados mais o Distrito Federal, algo como 81 deputados [3 para cada] e 54 senadores [2 para cada] estaria de bom tamanho. Mantém a tal da representatividade e é possível, com certo esforço, controlar 128 filhos-de-Deus.
2. Mandato de 4 anos para todo mundo. Esta coisa de 8 anos, ora elege um, ora elege dois, sai metade, sai inteiro, vota na raiz quadrada de 1,8 é muito confusa. Tenho a impressão de que alguns se beneficiam dessa zona para me enganar e estão no cargo há mais 12 anos. É só uma impressão, mas é melhor descomplicar.
1. 513 Deputados e 81 Senadores. Pra quê? Não quero acompanhar só o que faz o meu candidato porque estou sujeita as idéias de jerico, digo leis, provenientes de todos os eleitos. É inviável trabalhar, estudar, namorar, manter unhas e cabelos impecáveis e fiscalizar o que quase 600 criaturas estão fazendo. Para 26 Estados mais o Distrito Federal, algo como 81 deputados [3 para cada] e 54 senadores [2 para cada] estaria de bom tamanho. Mantém a tal da representatividade e é possível, com certo esforço, controlar 128 filhos-de-Deus.
2. Mandato de 4 anos para todo mundo. Esta coisa de 8 anos, ora elege um, ora elege dois, sai metade, sai inteiro, vota na raiz quadrada de 1,8 é muito confusa. Tenho a impressão de que alguns se beneficiam dessa zona para me enganar e estão no cargo há mais 12 anos. É só uma impressão, mas é melhor descomplicar.
3. Deputados e Senadores deveriam ser tratados como funcionários – passíveis de demissão, exoneração, “impeachmação” ou algo que o valha. Cometeu crime: fora; faltou demais, fora; faltou seguidamente, abandono de cargo; é reiteradamente estúpido e incompetente: rua... Para facilitar, haveria uma lista de direitos e deveres que eles receberiam em uma pastinha de papelão no 1º dia de serviço, durante um ciclo de apresentações e dinâmicas chamado Integração [que contaria com longa palestras motivacionais idiotas para ver se algum deles proíbe esta prática estapafúrdia – ao meu ver].
4. Para suprir as vagas abertas pelas demissões, eleição poderia funcionar como concurso público com validade de 4 anos. Mínimo de votos = candidato habilitado. Demitiu um, chama o 129 e assim por diante, demitiu dois, chama o 130 e assim por diante.
5. Senadores e Deputados estão habituados a trabalhar de 3ª-feira a tarde a 5ª de manhã. Deixaríamos assim. Às 2ª feiras (das 8 da manhã às 17 horas), eles participariam do Curso de Formação de Legisladores [ninguém é obrigado a nascer sabendo, mas a gente explica] que contaria com aulas de economia, direito, saúde pública, segurança, ética, educação moral e cívica, etiqueta, moda, datilografia... A manhã de 3ª seria livre para estudo. Quinta à tarde, livre para a preparação de seminários que seriam apresentados às sextas [sim, seminários para desenvolver falar em público sem parecer um operador de telemarketing que leu o dicionário]. Como sou boa, o plano permite eliminação de matérias: quem é formado em direito, elimina legislação, quem é saúde, as de saúde.... NINGUÉM ELIMINA ÉTICA. As disciplinas dariam créditos e um diplominha – com carimbo do MEC e tudo.
6. Benefícios: 10 salários mínimos – sim, o dinheirinho deles estará diretamente ligado ao mínimo; se quiserem ganhar mais, bem... entenderam, né? Com cerca de R$ 5.000 (fora os descontos, claro) dá para viver muito bem. Até porque eles teriam direito a várias regalias como: assistência médica e odontológica (SUS), educação para os filhos (escola pública), carro (Uno Mille ou Gol bolinha - branco, básico, com um enorme logotipo da respectiva casa legislativa), moradia em Brasília (num complexo de apartamentos de 2 quartos + 1 suíte e varanda – L-U-X-O!).
7. Por baixo dos panos, nossos legisladores teriam direito de roubar material de escritório (canetas, clipes e cadernos para os cursinhos) como todo pobre mortal. Que fique claro: eles poderiam roubar material de expediente. Computadores, impressoras, telefones, mesas, cadeiras, cobre da fiação: NÃO SERÃO INCLUSOS nesta autorização extra-oficial.
8. Férias = 30 dias/ano. Não pode tirar todo mundo junto, pode reverter parte em dinheiro e todo aquele blábláblá de acordo com a CLT ou semelhante. Importante: feriados poderiam ser emendados. A folguinha cai na terça? Eles poderiam matar a segunda, mas o seminário da sexta-feira NÃO estaria cancelado.
9. O primeiro semestre, para todos, seria um estágio probatório – no qual eles não poderiam criar novos Projetos de Lei, apenas votar o que está engavetado e atrasado. Neste período, eles estariam estudando muito, aprendendo coisas básicas como “A Constituição Federal – como não fazer a porra de uma lei inconstitucional, sua besta” (podemos reformular o nome deste curso para impressionar no certificado). Reprovou nas aulas: mais seis meses. Não passou na segunda chance? Jubila e demite – sem diplominha. Lembrando que durante esta fase, eles estarão sujeitos a tudo que o estagiário padrão está: sem benefícios, com direito a fazer o próprio café e mexer na máquina de xérox.
A base do plano é essa aí.
Sabemos (eu, pelo menos, sei), por experiência empírica, que nada do que propus mata ou traumatiza de forma irreversível – logo, não teríamos problemas com o povo dos Direitos Humanos. E se vocês decidirem levar algo do plano adiante e precisarem de um projeto com ementa, objetivo e métodos, para aplicar esta joça em caráter de urgência, preparo em 3 dias.
A base do plano é essa aí.
Sabemos (eu, pelo menos, sei), por experiência empírica, que nada do que propus mata ou traumatiza de forma irreversível – logo, não teríamos problemas com o povo dos Direitos Humanos. E se vocês decidirem levar algo do plano adiante e precisarem de um projeto com ementa, objetivo e métodos, para aplicar esta joça em caráter de urgência, preparo em 3 dias.
PS: Estou aberta a sugestões para melhoria do plano. Idéias?
O SinergiaK também quer saber sua opinião. Acha o plano de Lílian infalível? Conte pra gente!
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