segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Entrevista: Reforma da Previdência.

Segue a continuação da entrevista feita com Amilton Luiz sobre a Reforma - agora - da Previdência.

Sinergia K - Como funciona a previdência no Brasil. Quem mantém esse sistema?

Amilton Luiz - A previdência social é um dos campos ou uma das divisões da denominada seguridade social, e preocupa-se em dar cobertura para os eventos relacionados à doença, idade avançada, morte e invalidez, garantindo aos que são filiados e contribuintes, o pagamento de benefícios em dinheiro. O sistema é mantido por meio de contribuições advindas dos trabalhadores, das empresas, dos importadores de bens e serviços e de parte das receitas dos concursos de prognósticos (loterias). O Governo Federal também destina recursos para a previdência, sendo sua incumbência, cobrir todos os déficits orçamentários do sistema.

Sinergia K - O que é a previdência e quais os seus benefícios para o cidadão?

Amilton Luiz - Para os próprios segurados do sistema, temos: auxílio-doença; aposentadoria por invalidez; aposentadoria por idade ou por tempo de contribuição; aposentadoria especial; auxílio-acidente; salário-maternidade e seguro desemprego.
Para os dependentes dos segurados temos:Pensão por morte; Salário-família e Auxílio-reclusão.

Sinergia K - Nos últimos anos a previdência vem sofrendo inúmeros déficits, qual a origem desses constantes rombos?

Amilton Luiz - Os déficits orçamentários do INSS vêm de longa data e os fatores são muito variados, porém, tudo se resume na falta de competência e de vontade política para resolver o problema. É que, muitas medidas necessárias para a solução do problema, são extremamente antipáticas e desgastantes politicamente falando, pois seria necessário diminuir os tipos de benefícios e aumentar a incidência de filiação e contribuição das pessoas que integram o setor ativo da economia nacional.

Sinergia K - O que seria o fator previdenciário?

Amilton Luiz - É um sistema, baseado em equação matemática, que permite que o INSS pague um valor menor de benefício de aposentadoria, para quem for mais novo, ou seja, quanto mais novo se aposenta, menos se receberá em valores. Tal sistema foi implantado, considerando o aumento da expectativa de vida do brasileiro, pois se as pessoas tem durado em média 73 anos, ficarão muitos anos recebendo. Assim, quanto mais próxima à idade da pessoa dessa média de expectativa de vida, menor será o tempo de percepção do benefício, sendo possível pagar um valor mais elevado e vice-versa.


Sinergia K - Quem perde com as reformas? Se ninguém, por que não se faz?

Amilton Luiz - Como foi dito anteriormente, uma reforma realmente eficaz, trará enorme desgaste político e ao que parece, ninguém está disposto a passar por isso. Outros países tentaram e enfrentaram sérios problemas; lembre-se, por exemplo, os fatos recentemente ocorridos na Grécia e na França.

Sinergia K - Se houver uma reforma, o que seria mudado?

Amilton Luiz -Seriam necessárias umas vinte laudas para poder explicar convenientemente essa questão. Em resumo, deveriam ser alterados os critérios de idade mínima para se aposentar, os valores mínimos e máximos dos benefícios e as formas de contribuição.

Sinergia K - Você acredita que o Brasil vai precisar fazer uma reforma, como passou a França recentemente?

Amilton Luiz - Com certeza, se algo de concreto não for feito dentro de um espaço relativamente curto de tempo, muitos brasileiros jamais terão condições de contar com a previdência social, pois o sistema já se encontra a beira do colapso.

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